domingo, 16 de novembro de 2014

Fontes e bicas I

Quando era mais novo, no século passado, beber água nas fontes (ou nas bicas !) era um acto trivial. Mais ou menos sofisticadas, com direito a nome ou apenas uma folha ou uma telha por onde corria a água, havia fontes e bicas. E as pessoas bebiam nas fontes e nas bicas. Hoje quase que já não há fontes. E, na maioria das que ainda resistem, a água não corre, é preciso abrir a torneira.

Quando se pedala, mesmo no Inverno, ver uma fonte é um grande conforto. É como ter um backup.

SERRA DA LOUSÃ
Subida do Espinhal
(Julho 2014)
Esta foi um grande conforto. Uma fonte sóbria, água corrente, ornamentada por musgos e líquenes à sombra de uma grande árvore, tal como deve ser numa fonte que se preze. A bica de ferro com um furo por cima (tapando a saída do tubo temos o repuxo da água na vertical pelo furo - engenho muito utilizado) e um banco lateral para esticar as pernas. A cal do murete dá-lhe um ar lavadinho. Uma bela fonte. Ainda mais bela se pensar que estavam cerca de 35 graus C e já vinha a subir à vários km.



SERRA DA LOUSÃ
Meia encosta do lado Norte. S. Lourenço - Ss de Vilarinho
(Maio 2013)

Bem composta, bela e à beira do caminho a chamar a atenção. A pedir uma fotografia. Mas débil, um pouco basófias com um jorrar hesitante.







SERRA DA LOUSÃ
Sobre a aldeia abandonada do Franco
(25 Abril 2014 - 40 anos depois !)

Aspecto modesto mas exibindo um claro orgulho natural, genuíno. Uma bica a correr sob uma pedra. É Abril e a bica ali está à beira do caminho (a cerca de 800 m de altitude), pujante. Serve sobretudo para os javalis, os veados e vários outros animais (em que os de duas pernas que por ali passam são minoritários).



E vai um gole de água e um pão com marmelada para comemorar 40 anos de liberdade.


Com belas vistas para o outro lado, para o vale


Padrão. Estrada Miranda do Corvo-Lousã
(Novembro 2014)
Uma fonte em estado terminal. Não pinga e só resiste devido aos cuidados intensivos (calçada arranjada, limpa regularmente ..) e a um bypass cujo tubo a jorrar água se vê claramente do lado esquerdo em baixo. Já teve seguramente os seus dias. Muretes de granito que podem servir de bancos e pequeno poço com moldura de ferro onde, provavelmente, beberiam os animais. Suporte em ferro para se colocar um cântaro por baixo da bica a apanhar água. A bica é também feita em ferro, com furo superior para, uma vez tapado o jorro principal, se poder beber pelo esguicho do tubo. Na pedra principal está em relevo (não se vê na fotografia) inscrita a data de nascimento: 1905. Tem 109 anos.





SERRA DA LOUSÃ
Porto Espinho
(Julho 2014)
Uma fonte na floresta a cerca de 900m de altitude. Generosa, um caudal convincente e enérgico, água fresca com um belo sabor a ... água fresca.



tem a vantagem de, após um gole de água, se poder dar o suspiro de satisfação (aquele aaaahhhh que não se faz à mesa  !!!) a olhar para cima sem fechar os olhos


SERRA DA LOUSÃ
Duas bicas à beira da EN236. Uma, um pouco antes do Candal, a outra um pouco depois.
(Outubro 2014)
Nem se dá pelas bicas. No silêncio das pedaladas a subir ouvem-se e, só depois, se vêem. No Verão são sempre uma bela de uma surpresa.



SERRA DA LOUSÃ
(Novembro 2014, junto à casa do guarda na EN236)
Esta é uma fonte institucional, com direito a placa do proprietário: direcção das estradas do distrito de Coimbra. Um pouco bazófias, no Verão não passa de um fiozinho de água.


SERRA DA LOUSÃ
(Novembro 2014, junto à casa dos cantoneiros)
Estivesse à beira da estrada e daria nas vistas: duas bicas num muro de xisto salpicado de pequenos fetos, escadaria a condizer, lago, só faltam uns peixinhos ... um "show off".  Generosa, corre durante todo o ano.





domingo, 9 de novembro de 2014

Cumeadas, serranias e outras inclinações

Às vezes sobe-se à pressa. A pressa de chegar lá acima. Não porque há uma meta como, por exemplo, quando se sobe uma grande montanha e se atinge o topo. Pronto chegou-se ao cimo. Atingiu-se o objectivo. Já está. Não, nas serras não é assim. Nas serras vai-se subindo, vão-se descobrindo detalhes durante a subida e, às tantas, chega-se lá acima. E aí nada termina, pelo contrário, começa o resto. Começam os caminhos e as cumeadas das serranias. Gosto das cumeadas com vistas longínquas para um e outro lado. E das ventanias e do Sol e da chuva nas cumeadas. Pedalar acima dos 800-900m em caminhos quase planos é como velejar sobre duas rodas. É a dimensão marítima do BTT (o que é que eu disse? a dimensão marítima do BTT?)


Serra da Estrela
(2014)


Serra do Açôr
(Ceiroco, Agosto 2012)



Serra da Lousã
(Abril, 2014)


Serra da Lousã
(Dezembro 2013)


Serra do Açôr
Ao fundo no horizonte o planalto nevado da Estrela
(29 Dezembro 2013)



Serra da Lousã
St. António da Neve, vistas para Sul
(Julho 2014)


Serra da Lousã
Sobre Vila Nova
(Julho 2014)


Serra da Lousã
"Blue is the warmest color"
(Julho 2014)


Serra da Lousã
(Fevereiro 2014)


Serra da Lousã
Sobre o Gondramaz (a meio da encosta ao centro)
(Fevereiro 2014)


Serra da Lousã
Sobre o vale do Coentral
(Dezembro 2013)


Serra da Lousã
Candosa
(Junho 2014)


As serranias também se fazem com elegância, numa clássica.
Serra da Lousã - descida para Castanheira de Pêra
(Junho 2013)


Serra do Açôr
N2 entre Góis e Pampilhosa da Serra, uns km após o Esporão
(Setembro 2012)



Serra da Estrela
Pedras Lavradas, na estrada para sobral de S. Miguel
(Outubro 2014)


Serra do Açôr
Picoto da Cebola (1400 m) em frente.
Agosto 2014


Serra do Açôr - por do sol
Vale da ribeira da barragem de St. Luzia
(Setembro 2013)