terça-feira, 30 de dezembro de 2014

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Serra da Lousã - nevoeiro na floresta

Estradão a meia-encosta (600 m altitude) em Fevereiro de 2012.
Pedalo muito por aqui; com nevoeiro, chuva, sol, poças de água, vento ... Nos dias de nevoeiro parece que os animais andam menos atentos. Um dia, ouço um trote na floresta muito perto. Um trote num outro local seria apenas um trote mas aqui, no silêncio, foi um grande susto. Olho e vejo de fugida um veado. Andaria por ali, tal como eu nas calmas e em silêncio. Acho que nos assustámos mutuamente.





quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Absurdo

Dezembro 2014, Serra da Lousã



A Serra da Estrela lá tão longe e a carqueja aqui tão perto



Showing off the helmet ( ah ah, Louis Garneau !) à entrada da Lousã



Is there anybody out there?
Must be somebody somewhere
Is there anybody out there
who can rescue me?


When I find myself in times ...
... there will be no answer, let it be
let it be, let it be, let it be, let it be


Move your ass ... the bus is not coming.


No comments, it´s just the bike and trees. Some are alive, others are dead.


Dead and blue


Ceci n'est pas une pipe table


São as silvas e o frio, não as pedras. Os contratempos.







Dezembro no vale ribeira S. João -serra da Lousã

13 e 14 de Dezembro de 2014

Depois dos dias frios e secos, as primeiras chuvas tornam o vale da ribeira de S. João num local com tectos de neblina sob as encostas acastanhadas das folhas mortas caídas dos carvalhos e dos castanheiros, contrastando com os verdes dos pinheiros e das acácias.


A neblina insinua-se pelos vales confluentes.





Mais acima, já fora do vale e ... dentro da neblina.


No dia seguinte subi de novo a serra até ao planalto central, até à Catraia da Ti Joaquina. Desci pelo estradão que passa no Terreiro das Bruxas ...


... com vistas para o vale da ribeira de S. João, de novo coberto pela neblina.


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Dezembro azul e frio na Serra da Estrela

7 de Dezembro de 2014
Hoje é dia do assalto ao Caramulo. Milhares de BTTistas vão subir a serra do Caramulo a partir de várias localidades no sopé da serra. Não fui. Estou do lado de cá do vale da Beira Alta, na serra da Estrela. Subi da Covilhã até à Torre. Não é um assalto, é uma dança serra acima.
O dia estava azul, o azul frio.

De casa não é preciso levar água, apanha-se logo 3 km acima na fonte do parque de merendas do Pião.



Só a partir dos 1400m de altitude se percebe que no vale há neblina. Lá em baixo não se nota.


Já mil vezes olhei para os cântaros (o gordo, o magro e o raso, onde fica a Torre), o planalto central da Estrela, e, no entanto, acho que posso olhar outras mil sem perder o entusiasmo.


Aos 1850 m, sob o covão do ferro (barragem do padre Alfredo) que abre o vale glaciar de Unhais da Serra.


Da Torre nem vale a pena falar (lixo, automóveis, centro comercial, neve "artificial" para "esquiar" ...). Nem sequer demorar mais do que um minuto. Apenas o tempo necessário para vestir um blusão contra-vento.
Na descida, o frio que transforma cada gota do suor ganho a tanto custo durante a subida num bloco de gelo é o aliado mais adrenalínico (para figura de estilo não está mal). Dito de outra maneira, o frio gela-nos até aos ossos.
É o encanto dos dos dias azuis e frios na montanha.



A água que escorre pelas pedras forma estalactites



Mais abaixo, já depois das Penhas da Saúde, à altitude em que já crescem pinheiros, a pedra do Urso. Na serra não há ursos, quer dizer há apenas este, de pedra. E, supreendentemente, a pedra do Urso não é muito conhecida.


Daqui até lá abaixo, à Covilhã, é inclinar para um lado, inclinar para o outro e fazer os 10% de inclinação média a descer em curva contra curva.



terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Assalto ao Caramulo 2013

Gosto de manifestações espontâneas que, embora com algumas regras de senso comum para evitar o caos infrutífero (pois é, há caos que frutifica!), deixa o desenrolar dos acontecimentos ao livre arbítrio e aos interesses individuais que se vão complementado em interesse gerais de grupo.
O mesmo se passa no btt. E o assalto ao Caramulo é uma dessas manifestações espontâneas. No dia 1 de Dezembro (ou próximo) vários grupos reúnem-se no sopé da Serra do Caramulo, em todo o perímetro, e pedala-se pela serra acima.

Dia 1 de Dezembro de 2013 - um dia frio e azul.
Às 7 da manhã estava já em Vila Nova de Monsarros a tentar enganar o frio enquanto o grupo (talvez uns 200-300) não partia. Devo dizer que a primeira parte do percurso feito essencialmente por caminhos no meio de eucaliptais não me agradou. Também não me entusiasmei com os estaminés improvisados para grelhar entremeada e beber uns tintos montados ao longo do caminho numa qualquer curva de um pinhal. Estava na expectativa de chegar lá acima, às cumeadas, às vistas largas, ao vento e ao ar frio, aos horizontes para as outras serras.

De chegar a sítios destes:


Fotografia da praxe no Caramulinho


Serra da Estrela no horizonte


Serra da Lousã no horizonte. Estou habituado a olhar de lá para cá, vendo o Caramulo no horizonte.


No regresso, sem GPS, andei perdido até que 3 bttistas de Coimbra me rebocaram até, de novo, Vila Nova de Monsarros.

domingo, 16 de novembro de 2014

Fontes e bicas I

Quando era mais novo, no século passado, beber água nas fontes (ou nas bicas !) era um acto trivial. Mais ou menos sofisticadas, com direito a nome ou apenas uma folha ou uma telha por onde corria a água, havia fontes e bicas. E as pessoas bebiam nas fontes e nas bicas. Hoje quase que já não há fontes. E, na maioria das que ainda resistem, a água não corre, é preciso abrir a torneira.

Quando se pedala, mesmo no Inverno, ver uma fonte é um grande conforto. É como ter um backup.

SERRA DA LOUSÃ
Subida do Espinhal
(Julho 2014)
Esta foi um grande conforto. Uma fonte sóbria, água corrente, ornamentada por musgos e líquenes à sombra de uma grande árvore, tal como deve ser numa fonte que se preze. A bica de ferro com um furo por cima (tapando a saída do tubo temos o repuxo da água na vertical pelo furo - engenho muito utilizado) e um banco lateral para esticar as pernas. A cal do murete dá-lhe um ar lavadinho. Uma bela fonte. Ainda mais bela se pensar que estavam cerca de 35 graus C e já vinha a subir à vários km.



SERRA DA LOUSÃ
Meia encosta do lado Norte. S. Lourenço - Ss de Vilarinho
(Maio 2013)

Bem composta, bela e à beira do caminho a chamar a atenção. A pedir uma fotografia. Mas débil, um pouco basófias com um jorrar hesitante.







SERRA DA LOUSÃ
Sobre a aldeia abandonada do Franco
(25 Abril 2014 - 40 anos depois !)

Aspecto modesto mas exibindo um claro orgulho natural, genuíno. Uma bica a correr sob uma pedra. É Abril e a bica ali está à beira do caminho (a cerca de 800 m de altitude), pujante. Serve sobretudo para os javalis, os veados e vários outros animais (em que os de duas pernas que por ali passam são minoritários).



E vai um gole de água e um pão com marmelada para comemorar 40 anos de liberdade.


Com belas vistas para o outro lado, para o vale


Padrão. Estrada Miranda do Corvo-Lousã
(Novembro 2014)
Uma fonte em estado terminal. Não pinga e só resiste devido aos cuidados intensivos (calçada arranjada, limpa regularmente ..) e a um bypass cujo tubo a jorrar água se vê claramente do lado esquerdo em baixo. Já teve seguramente os seus dias. Muretes de granito que podem servir de bancos e pequeno poço com moldura de ferro onde, provavelmente, beberiam os animais. Suporte em ferro para se colocar um cântaro por baixo da bica a apanhar água. A bica é também feita em ferro, com furo superior para, uma vez tapado o jorro principal, se poder beber pelo esguicho do tubo. Na pedra principal está em relevo (não se vê na fotografia) inscrita a data de nascimento: 1905. Tem 109 anos.





SERRA DA LOUSÃ
Porto Espinho
(Julho 2014)
Uma fonte na floresta a cerca de 900m de altitude. Generosa, um caudal convincente e enérgico, água fresca com um belo sabor a ... água fresca.



tem a vantagem de, após um gole de água, se poder dar o suspiro de satisfação (aquele aaaahhhh que não se faz à mesa  !!!) a olhar para cima sem fechar os olhos


SERRA DA LOUSÃ
Duas bicas à beira da EN236. Uma, um pouco antes do Candal, a outra um pouco depois.
(Outubro 2014)
Nem se dá pelas bicas. No silêncio das pedaladas a subir ouvem-se e, só depois, se vêem. No Verão são sempre uma bela de uma surpresa.



SERRA DA LOUSÃ
(Novembro 2014, junto à casa do guarda na EN236)
Esta é uma fonte institucional, com direito a placa do proprietário: direcção das estradas do distrito de Coimbra. Um pouco bazófias, no Verão não passa de um fiozinho de água.


SERRA DA LOUSÃ
(Novembro 2014, junto à casa dos cantoneiros)
Estivesse à beira da estrada e daria nas vistas: duas bicas num muro de xisto salpicado de pequenos fetos, escadaria a condizer, lago, só faltam uns peixinhos ... um "show off".  Generosa, corre durante todo o ano.