domingo, 11 de fevereiro de 2018

Monte Fuji? Kilimanjaro? Não! Monte Farinha

Fevereiro 2018
Mondim de Basto (NGPS)


A partir de Mondim de Basto, pedalando pelo vale de um rio cujo nome não sei, por caminhos empedrados marcados por sulcos de carros de bois de outros tempos, estradas romanas, pedras graníticas alinhadas há milhares de anos, fazendo estradas, nas fraldas Oeste da serra do Alvão, dando, por vezes, de caras, bem, quero dizer, de cara e focinho, com bois barrosão, embora não estejamos no barroso, e saliento que os encontros se davam em caminhos tão estreitos onde ou passava ele, o boi, ou passava eu e a bike, e, já agora, uma cabeça bamboleaste equipada com um par de cornos de em metro de comprimento a passar meio palmo do capacete, perto, perto que até sentia  o bafo quente, é uma experiência de fazer gelar a espinha, mas, como dizia, pedalando por ali, o monte Farinha cobre parte do céu quando se ergue a cabeça, acção todavia arriscada porque a distracção de um segundo pode resultar no aterranço num poça de água ou no derrapanço numa pedra do caminho coberta de musgo.

Mas ei-lo, o Monte Farinha.
No cume, onde passaria dali a umas horas, bem lá no vértice, o santuário da Sra. da Graça. Um fumozinho branco fazia uma cama ao cone imponente, dando-lhe umas pinceladas etéreas. E o azul do céu parecia simétrico do Farinha.


De resto, as pedaladas contam-se em duas palavras (para além dos caminhos de pedras, água e lama).
Graníticas. Por exemplo a moldura granítica das Fisgas de Ermelo. Parece um pequeno riacho aqui na fotografia mas, quando lá, é uma queda de água exuberante, fantástica.


Nas Fisgas de Ermelo, olhando para trás, virando as cotas às Fisgas, as lonjuras de que gosto.


Fumos vadios de queimadas nos vales. Os vales que foram atravessados de bike por caminhos seculares.


Com a crista da Serra do Alvão alevantado-se a Este. Eu a pedalar pelos vales e cabeça sempre lá em cima nas cumeadas.


Depois, depois dos caminhos e dos lameiros, subi ao Monte Farinha. Ao cume. Enquanto lá em cima,  junto ao Santuário, sob um céu de nuvens instáveis mas nada ameaçadoras, ouviram-se dois trovões, vindos sabe-se lá donde. Indefinidos. Foi surpreendente. Fosse eu crente e teria qui uma bela história. Assim fico-me pela ignorância: mas de onde é que raio veio isto? Como é que pode ser? Ou, então, alternativamente, adianto a explicação mais provável: foi o acaso, uma coincidência.



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