domingo, 8 de abril de 2018

Olhar para cima, para o voo das bicicletas e o subsolo da floresta

Serra da Lousã
Abril 2018


Há 15 dias tinha sido o campeonato nacional de downHill. Hoje foi o campeonato europeu de downhill. A primeira parte da pista era a mesma. Estes, tal como os outros, também voavam. Talvez em voos mais longos, mais altos e mais elegantes


voavam descontraidamente como se pedalassem num estradão com vistas para o mar.


Um deles até me acenou com a mão esquerda



Outros, em voo, como as aves apanhadas de lado pelo vento, aproveitavam para umas danças aéreas.









Até ao início da pista, no Terreiro das Bruxas, a confusão era infernal (carros, caravanas, camionetas, bombeiros, lama, polícia, além das bikes). Dali para cima tudo tranquilo. Segui. Pois claro. Ouvi uns cânticos de aves que não conhecia por ali, na floresta, aquela altitude. Como que atravessara uma fronteira. Extraordinariamente a confusão lá de baixo contrastava com a quietude ali mais acima. Olhava em volta, como é habitual. Mesmo na bike por vezes é preciso parar para olhar. Por exemplo, olhar o chão por debaixo das árvores, olhando para cima.



Num desnível no terreno, parte do tronco e das raízes das árvores estão expostas e, olhando, é ver de um outro lado.








upa, upa


sem photoshop baixam-se os olhos e as cores reaparecem


acima


abaixo


upa, upa


Estava nisto e, às tantas, olhei para trás e vi o belo tronco moribundo. Ao lado as imponentes árvores que um dia serão moribundas como o belo tronco moribundo com coroa de musgo florescente. Antes delas, provavelmente, estarei eu. E, provavelmente, sem coroa de musgo fluorescente.



1 comentário:

  1. Belíssimas fotos, João; o texto também, comme d'habitude.
    E seria mesmo fantástico ter uma coroa de musgo fluorescente ;)
    🍁
    Maria

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