sexta-feira, 1 de maio de 2015

Os vales brancos e neblínicos da serra da Lousã

1 de Maio de 2015
(Serra da Lousã)

Neblínicos? Vales neblínicos !!! Mas que raio é que isto quer dizer?
Bom, é o primeiro de Maio de 2015. Chuvisca, a neblina encaixada nos vales vai subindo ao longo da manhã, está tudo sossegado e branco, tudo à volta  tem contornos difusos pouco nítidos, não vi veados nem javalis, apenas as suas pegadas na lama, ouvi um cuco ...


Para chegar a este vale branco e neblínico atravessa-se uma floresta também neblínica mas mais escura e esverdeada


Os vales são neblínicos para o lado de baixo e para o lado de cima.


A carqueja em flor (que a minha avó punha no coelho de cebolada) em primeiro plano a emoldurar o vale branco e neblínico.



a bela da carqueja


e as torgas roxas, e as giestas brancas ...


Gosto de pedalar sobre os vales brancos e neblínicos e sob chuva miudinha





12 comentários:

  1. Gosto muito de ouvir o cuco cantar, por aqui costuma ser por alturas da Páscoa.
    Nunca consegui ver nenhum...

    E estevas, João, não há estevas por aí? Aqui há imensas, e fazem um belo conjunto com o roxo dos rosmaninhos.
    :) Maria

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  2. Há alguns sítios com estevas, mas não são vulgares. E eu gosto de estevas. Lembro-me de pedaladas pelo Alentejo, afastando-me da costa em direcção ao interior, no Verão, e os campos de estevas sob o Sol quente, aromas intensos misturados com suor.
    Também nunca vi um cuco mas têm um belíssimo canto, não é?
    João

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  3. Eu adoro! Estive uma vez, debaixo de um sobreiro, a ouvir um a cantar, mas o "safado" nunca se deixou ver.
    Saltava de ramo em ramo, bem lá no alto, mas nada de voar para o sobreiro ao lado.
    Também gosto das poupas, e essas já vi algumas vezes.

    Há mil anos, no Museu de História Natural de Londres, na zona da passarada, havia uns auscultadores para nós ouvirmos o canto do pássaro que estávamos a ver. Em Lisboa não havia museus assim.
    Só aquela entrada com os esqueletos dos dinossáurios era impressionante.
    E no cimo da escadaria principal, se a memória não me falha, estava o "corte" de uma sequóia gigantesca (devia ser irmã daquelas que o João viu na Califórnia).
    Enfim, foi o meu primeiro banho de civilização, que até incluiu um concerto Promenade no Royal Albert Hall (estive lá em Agosto).
    Maria

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    1. Por aqui vejo muitos melros e corvos. Por esta altura, mas sobretudo nos próximos meses, acordo ao som do corvos que, pela manhã, fazem um alarido vocal (os corvos têm um paralelo vocal sofisticado e são muito inteligentes), em danças acrobáticas aos pares. Magnífico. Acho que são rituais de acasalamento.
      Há mil e poucos anos, eram as minhas filhas pequenas, levei-as ao museu de história natural de Londres. Ao cimo da escadaria, ao fundo do hall com os dinossáurios, do lado direito, estava a "Lucy", a austraulopiteca com 3 milhões de anos.
      Que inveja: não fui a um promenade no Total Albert Hall.
      João

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    2. Quem diria que eu fiz uma coisa que o João não fez... ;)
      Continuando em Londres, impossível não me lembrar dos corvos de asas cortadas do Torre de Londres.
      Aqui na aldeia dizem que se os corvos grasnarem é sinal que vai morrer alguém... mas não é verdade, pode acontecer morrer alguém mas não por causa dos corvos.
      Há anos, quando eu estava a tirar fotos na ponte de Góis, um corvo veio pousar perto de mim e tinha os olhos azuis - achei aquilo tão estranho; não sei se é comum ou se era um corvo raro...
      O João já viu algum assim?

      Agora a "Lucy" (in the skies with diamonds), não me lembro de a ter visto no Museu, será que ela já lá estava em 1980?
      Havia tanta coisa para ver... desde a mosca tsé-tsé até à baleia azul.
      E o edifício do museu: magnífico, lindo, lindo.
      Saí do Metro e fiquei a olhar para ele, completamente fascinada.

      E esta volta está quase, quase a acabar, João.
      Que a próxima seja ainda melhor!
      Maria



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    3. Nunca tive um encontro imediato do terceiro grau com um corvo (e depois vem a Maria dizer que eu é que faço coisas e tal !) mas tenho ideia que os corvos têm olhos pretos. Mas olhos azuis num corvo é uma visão belíssima.
      Fui lá já na década de 90. Comemos umas belas de umas sandochas nos jardins em frente ao edifício.

      Obrigado Maria. E que a próxima seja ainda melhor.
      João

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    4. Pois é, João, sempre pensei que eles teriam olhos escuros, mas aquele estava bem perto, olhou para mim e tinha olhos azuis (querem ver que usava lentes de contacto, eheheh).
      Foi estranho, lembro-me bem e, além disso, registei o facto numa espécie de registo de viagens que eu fazia, com os nomes das terras, monumentos, etc. e um ou outro facto marcante, apenas 2 ou 3 frases curtas.
      Antes de deitar o pc fora, imprimi aquilo tudo e guardei num dossier. Se não o tivesse feito nunca conseguiria lembrar-me aonde fui e quando fui a certos lugares (e nunca poderia dar secas enormes a um certo biker...)
      Sorry!
      :) Maria



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    5. Adenda:

      João, fiz o que devia ter feito há muito tempo: fui à net e tantantantan... existem corvos de olhos azuis!
      Que alívio!
      Apesar de eu ter a certeza (e o que é isso de ter a certeza?) que tinha visto um, já estava a começar a duvidar...
      E continuo a achar estranho, o olho é todo azul.
      Não pude rapinar a foto, só pagando.
      Well, vou entrar em 2019 mais descansada: I'm not completely crazy yet :)
      Maria

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    6. Assim de repente, só me lembro de um tipo que sabe exactamente o que é "ter a certeza"; um tipo que disse que nunca se enganava e que raramente tinha dúvidas. E que também não lia jornais. Mas, passemos à frente que já estou a ficar com pele de galinha.

      Em todo o caso, a essência da história mantém-se: nem toda a gente se pode gabar de ter tido um corvo a fazer-lhe olhinhos ;)

      João

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  4. O João nem me fale nessa criatura que via as vaquinhas a sorrir e gostava de cagarras.
    Ele nunca se enganava mas enganava os outros.
    Foi o governo dele que pôs a minha firma em S. em liquidação e foi-nos dito: ou fazem um Acordo de Cessação de Trabalho agora e têm direito a isto, aquilo e aqueloutro, ou daqui a 6 meses isto fecha e não têm direito a nada.
    Mentira! Venderam aquilo aos Finlandeses.
    Se lá tivesse ficado, possivelmente teria ido à Finlândia ver uma aurorazita boreal (ainda há pouco me lembrei disto a propósito de um comentário que fiz num blog).
    E lá vim eu para a Beira... já não tinha casa em Lisboa.
    Mais tarde ainda me contactaram para eu regressar, mas já sem casa da firma.
    Só que, entretanto, os preços das rendas tinham disparado, era incomportável.
    E por cá fiquei...
    Já estou a ficar com pele de galinha, ou melhor, com pele de javali pronto a atacar ;)
    Maria

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    1. Un saloio presunçoso, esse tipo.
      O lado bom, Maria, é que conheceu as beiras (e arredores).

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  5. You're right, comme d'habitude!
    Se procurarmos bem, acabamos por encontrar the bright side of the moon.
    :) Maria

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