sexta-feira, 22 de junho de 2018

Há alguma coisa que está a escapar-nos

Serra da Lousã
Junho 2018




Vi já, por diversas vezes, javalis a saciarem-se nestes fios de água, aqui, neste sítio. Mas não são os javalis que nos escapam. Esses, até os comemos. Em boa verdade, comemo-nos todos uns aos outros. Escapa-nos que vista da sonda Voyager (nós que a construímos e a mandámos para o espaço) a 6 mil milhões de km de distância, a Terra é um ponto no espaço, um pixel numa fotografia. E que a humanidade dissociada da biosfera será uma aventura com um tempo de vida muito limitado. E que a perturbação da biosfera (biodiversidade, poluição, degradação de ecossistemas, quer física quer esteticamente como, por exemplo, tornar feio o belo - e isto é muito importante, embora não seja voz corrente ...) nos atinge pela razão óbvia de que somos parte integrante da biosfera.
O homo erectus, o nosso primo, andou por cá 1 milhão de anos (mais coisa menos coisa). Nós, os sapiens, os sapiens sapientíssimos, os sapiens biónicos, que andamos por aqui há uns meros 70 mil anos (mais coisa menos coisa) a construir a humanidade, estamos a fazer a cama onde nos vamos deitar.

Vídeozinho às Sextas: riacho sobre o grande castanheiro num dia de brisa fresca.

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