terça-feira, 10 de janeiro de 2017

O dia tem que desacelerar de alguma maneira

Janeiro 2017

por exemplo, a acelerar a meia encosta da serra, por entre carvalhos e castanheiros nus.



Por entre sombras e frestas de Sol rasante, amarelo, poente.



Em essência, ao passar por ali, sou uma sombra. Passo e tudo fica na mesma. Faço talvez algum ruído, os pneus da bike na terra, uma coisa leve, momentânea, mas, depois de passar, uns segundos depois, é como se nada se tivesse passado. Se voltar atrás e passar novamente no mesmo local, por entre as mesmas árvores, pisando as mesmas folhas, desviando os mesmo ramos, bebericando no mesmo fio de água que por ali corre, escutando os mesmo ruídos (que nunca sei se são ramos a cair, se animais que por ali andam ou outra coisa), sentindo o mesmo vento fresco e húmido ao pôr-dos-sol ... é como se fosse a primeira vez. Portanto, está provado: é como se nada se tivesse passado. Excepto para mim, claro. Fim.





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