Serra da Estrela
(Finais de Julho de 2018)
Acendem-se-me, literalmente, acendem-se-me uns neurónios que rapidamente ficam malucos a disparar correntes eléctricas fraquinhas, muito fraquinhas, zzzzzzzzzzzzzzz andam por ali às voltas em rodopios caóticos e, às tantas, talvez uns milissegundos depois, as paisagens, a luz, os aromas úrzicos e o arrepio de pele vêm à tona, tornam-se memórias no meu cérebro. E as memórias são realidade, fazem parte do presente quando as recuperamos.
A memória foi desengatilhada pela visão do mar de neblina
um mar aos 1600 m de altitude com margens de granito e urze.
Ondas! Acho que são ondas de neblina.
As pedaladas tinham começado cedo. Ir à montanha. Um plano simples. Pedalar montanha acima. Depois, logo se veria para onde o vento me sopraria.
A lagoa do Covão do Curral
Nesta lagoa, que se anicha numa depressão sobranceira ao magnífico vale onde, lá no fundo, corre jovem, muito jovem, o rio Alva, joguei futebol. Há muitos anos. Era um dia de Inverno e a superfície da lagoa estava gelada. Portanto, como se compreende, um sítio ideal para uns adolescentes na posse das suas elevadas, elevadíssimas, faculdades cognitivas jogarem futebol.
Hoje, pela tarde, o vento sobre a superfície criava a ilusão de evaporação - isto dito de um modo técnico-desapaixonado. Poderia ter dito que a superfície espalhava um pedaço fractal de céu.
E foi o final do segundo dia. Dois dias de pedaladas na montanha. Na montanha sente-se o ar fino, fluido e agudo que não se sente nas serranias a menor altitude por onde costumo pedalar.
(Finais de Julho de 2018)
Acendem-se-me, literalmente, acendem-se-me uns neurónios que rapidamente ficam malucos a disparar correntes eléctricas fraquinhas, muito fraquinhas, zzzzzzzzzzzzzzz andam por ali às voltas em rodopios caóticos e, às tantas, talvez uns milissegundos depois, as paisagens, a luz, os aromas úrzicos e o arrepio de pele vêm à tona, tornam-se memórias no meu cérebro. E as memórias são realidade, fazem parte do presente quando as recuperamos.
A memória foi desengatilhada pela visão do mar de neblina
um mar aos 1600 m de altitude com margens de granito e urze.
Ondas! Acho que são ondas de neblina.
As pedaladas tinham começado cedo. Ir à montanha. Um plano simples. Pedalar montanha acima. Depois, logo se veria para onde o vento me sopraria.
A lagoa do Covão do Curral
Nesta lagoa, que se anicha numa depressão sobranceira ao magnífico vale onde, lá no fundo, corre jovem, muito jovem, o rio Alva, joguei futebol. Há muitos anos. Era um dia de Inverno e a superfície da lagoa estava gelada. Portanto, como se compreende, um sítio ideal para uns adolescentes na posse das suas elevadas, elevadíssimas, faculdades cognitivas jogarem futebol.
Hoje, pela tarde, o vento sobre a superfície criava a ilusão de evaporação - isto dito de um modo técnico-desapaixonado. Poderia ter dito que a superfície espalhava um pedaço fractal de céu.
E foi o final do segundo dia. Dois dias de pedaladas na montanha. Na montanha sente-se o ar fino, fluido e agudo que não se sente nas serranias a menor altitude por onde costumo pedalar.
Brutal. Estive inscrita para fazer o Extrema Star na Serra da Estrela organizado pelos Seven Summits mas tive de cancelar por motivos de saúde de um familiar chegado. Tive tanta pena... deve ser mesmo fantástico :)
ResponderEliminarOlá GM,
Eliminarestas pedaladas foram a solo. Não conhecia o Extrema Star. As pedaladas na Estrela sabem a montanha, a vistas largas e limpas.
João
Que fotografias fabulosas!
ResponderEliminarUm mar encrespado com nuvens de neblina, absolutamente magnífico.
Fez-me lembrar o que vi, há uns anos no Pico do Areeiro - apetecia mesmo mergulhar naquele tapete de nuvens.
Muito obrigada.
Maria
Olá Maria. Na descida, pedalando por ali abaixo, mergulhamos mesmo no mar de neblina !
EliminarNunca estive no Pico do Areeiro, deve ser magnífico.
João
Olá João. Sim, o Pico do Areeiro é lindo e eu tive a sorte de o conhecer num desses dias de postal ilustrado.
EliminarMas o "Contenente" também tem belíssimas paisagens e a prova disso são as fotografias que o João aqui vai deixando.
Roubei-lhe a primeira para a minha galeria de imagens...
Maria