domingo, 26 de janeiro de 2020

ordinary life, ordinary landscapes, ordinary day

No mesmo dia, um dia vulgar, pedaladas por caminhos conhecidos e nada de invulgar a registar. Apenas:

a água que flui, que se precipita em buracos que medem um palmo, do alto do pedras do tamanho de uma gato como se fosse as cataratas de Iguaçu,


o emaranhado fractal dos carvalhos desfolhados, que provavelmente, nos próximos meses se cobrirão de milhões de folhas,



um cedro que nasce numa cama de folhas mortas de carvalho, que parece frágil mas que tem a força da vida,


os belos troncos de cedro que brotam da terra, verticalmente como é da sua natureza,



a linha do horizonte descontinuada pela serra do Buçaco, sob nuvens que, caso invertêssemos a fotografia, pareceria uma paisagem verosímil,


o trilho por onde sigo, um carreiro de terra e pedras com bermas de folhas e jovens cedros,


o vale sob neblina de onde parti e que fazia adivinhar o Sol no cimo da serra,


o tronco escavado, insólito, como que mordido,


a berma do caminho, uma berma como outras bermas na berma do caminho da floresta, 


os próximos 20 m à minha frente, para onde olho e aponto o guiador da bike,


o maciço central da Estrela imerso em neblinas que, de tão longe, parece um cenário mas onde golfadas de ar fino me entraram já pelos pulmões em pedaladas passadas.



Ordinary life.


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