(4 de Abril de 2015)
O plano era ir ao Cebola, ao picoto da Cebola, o ponto mais alto da serra do Açôr (1400 m de altitude). A ida ao Cebola a partir do Cabril (pelo lado Este) é deslumbrante. O Cebola vê-se durante quase todo o percurso e, além disso, emoldurado pelo planalto central da serra da Estrela (2000 m de altitude).
O Cebola é uma espécie de Adamastor. Entre duas pedaladas, olha-se em frente e para cima e... lá está ele. Contorna-se um monte, desaparece momentaneamente da vista e, na curva seguinte, ... lá está ele.
A chegada ao Cebola é uma chegada com ganas. Se não, não se chega. A ventania frequente torna a dinâmica da pedalada mais ... bom, mais, ... mais dinâmica.
O planalto da Estrela nas costas ainda com alguns farrapos de neve. Ver os aerogeradores por cima torna-os insignificantes. Eles que vistos de baixo são torres impressionantes com pás de 30 m de envergadura.
Mas a viagem começou pela manhã, com a claridade a entrar na loja da casa
Bike na rua, tudo pronto, vamos.
Pedaladas calmas nos primeiros km
até à barragem de Santa Luzia e, ... lá está ele, à esquerda, dos 3 picos é o do centro. Por trás, na linha do horizonte ao centro, o planalto central da serra da Estrela.
Continuo por asfalto, a barragem já ficou lá ao fundo. Gosto destes espaços abertos,
de olhar ao longe, da luz do Sol quebrada por nuvens altas, do vento que sopra com genica.
E mil rotações depois eis que se chega aos 1000 m de altitude pelo estradão feito para instalação dos aerogeradores, em velocidade de cruzeiro, a navegar à bolina, contra o vento.
E ... lá está ele, o Cebola, à direita. E, por trás, o planalto da Estrela.
Lá está ele, o pico do Cebola
À esquerda, para Norte, a cumeada do S. Pedro do Açôr. Ao fundo a barragem do Alto Ceira
E ver assim intensamente a urze a florir. E, ao fundo, lá está ele, o Cebola.
E eis que, pedalada após pedalada, se inicia a subida do Cebola. Não há nada que enganar, é ir pedalando e apreciando a paisagem. Na eventualidade de se olhar para cima, facilmente se verifica que a inclinação aumenta com a a aproximação ao topo.
Os aerogeradores começam a ver-se pela parte de cima.
Últimos 10 m. Já está?
Dizem que daqui se avista um terço do território Nacional. Ainda há duas horas atrás passei lá em baixo na barragem e nos aerogeradores
Para Este, o planalto da Estrela
Fico por ali, sem me cansar de olhar. As pedras e a neblina estranha que vem de Sul
A urze e os montes e os vales e tudo o resto
Olá João,
ResponderEliminarAgora já compreendi melhor este percurso.
Podia pôr aqui meia-dúzia de adjectivos para expressar o que senti ao reler este texto, mas não é preciso...
Tirei só 2 fotos, mas poderia ter tirado muitas mais.
Afinal posso sempre voltar aqui...
Maria
Olá Maria,
ResponderEliminaraqui ao som de Paul McCartney, Wings, Mull of Kintyre 1977 (bagpipes !!!) a trabalhar e com umas postas de bacalhau ali ao lume (and I mean it) vou só num instante dizer-lhe que primeira parte do percurso é a que fez quando foi a Fajão. Cabril, barragem, subida até à casa do guarda ao 1000 m e, um pouco antes do cruzamento para Fajão, cortei à direita a subir pelo estradão das eólicas (sobre o imenso vale do Ceira e com vistas sobre Fajão) que me levou à base do Cebola. A subida inicia-se um pouco antes da descida para a Covanca e para o rio Ceira.
João
Olá João,
EliminarBom som!
Hoje estive a ouvir a ost da série My Brilliant Friend, do Max Richter, o David Gilmour & Ca. e também umas bagpipes (aparecem sempre e eu não consigo resistir...)
Bon appétit and good work.
E boas molhas para amanhã, mas sem percalços e a atingir todos os cumes :))
Maria
Olá Maria,
EliminarObrigado pelos votos de boas molhas. Presumo que não se estava a referir às postas de bacalhau :)
João
Não, João, era mesmo molhas com "o aberto", porque sei que gosta de uma boa molha... gosta mesmo?
EliminarAnyway 4 horas de chuva batida deve ser terrível...
No one deserves it, penso eu de que ;)
Maria