(Março 2012)
Tantas vezes por ali tinha passado, naquele caminho, sem dar por ela, em baixo a meio da encosta.
A aldeia abandonada do Franco de Cima. As ruínas da aldeia. Já tinha ouvido falar mas nunca a descobrira. Agora, quando por ali passo torna-se óbvio. Mas, como acontece tantas vezes, o óbvio só o é depois de o ter sido pela primeira vez.
O "descobrimento" começou lá mais em baixo. Por aqui, por este vale, vamos encontrar a aldeia - disse para o meu companheiro Armando. Ele seguiu-me, passámos um ribeiro
e, percebemos que havia por ali um caminho. Seguimo-lo até darmos com os primeiros muros de pedra
Cá estava, o Franco de Cima.
As paredes de pedra das casas ainda de pé mas os telhados caídos. A vegetação cobria as ruínas
Os troncos e raízes das árvores que entravam por portas e janelas, lembrando jibóias, davam a impressão de estarmos na selva Tailandesa num qualquer tempo abandonado (é o que dá ver a National Geographic)
De súbito vem uma chuva miudinha pelo vale acima, uma "morrinha" como costuma dizer o meu pai. Torna tudo branco e húmido. Começa por salpicar a cara e, lentamente, vai ensopando tudo.
Hora de ir embora, estava encontrado o caminho terrestre para o Franco de cima. Qual Bartolomeu Dias, pedalei dali para fora com a sensação de ter dobrado mais um cabo.
Desde muito novo, durante as férias escolares, ouvia histórias dos meus avós de gentes e terras da Serra da Lousã. Das terras, a que mais me fascinava era o Franco. Nunca o consegui encontrar, apesar de por duas vezes, subir a Serra (a pé), com o meu irmão e dois primos, de Vilarinho até ao marco geodésico (Cabeço da Ortiga). Estávamos no início dos anos 80. Esporadicamente volto à Lousã, olho aquela Serra e o Franco continua a "chamar" por mim! Há uma semana, estou a ver uns percursos para passados trinta (e alguns) anos voltar a subir a Serra, desta vez de bicicleta, deparo-me com um mapa onde está escarrapachado, Franco de Cima. Estou há uma semana a ver o Google Earth, o gpsies (no intervalo do trabalho) e hoje na pesquisa do Google, aparece este blog e... já não saio daqui :) Só tenho que lhe dar os parabéns, por todas as histórias que hoje li e todas as fotos que vi.
ResponderEliminarOlá Paulo,
ResponderEliminarobrigado pelo comentário. Eu ando a pedalar pela serra da Lousã há anos e anos e, tendo passado perto, nunca tinha reparado nas ruínas do Franco de Cima. Foi quase por acaso que o encontrei. Aqui há uns tempos dei com outra aldeia abandonada: a Silveira de cima.
Para ir ao Franco de cima de bike a maneira mais fácil é subir pela N236 a partir da Lousã até ao cruzamento de S. Lourenço (são 6 km). Aqui, deixa-se a N236 e começa-se a subir por terra mas, 3Km depois, não se corta para S. Lourenço mas segue-se em frente até à Barraca Preta. Então, em vez de seguir em frente para o lado de Vilarinho (para os ss de Vilarinho), corta-se À direita a subir. Vai-se por aí fora sempre a subir quase até ao Cabeço da Ortiga. A cerca de 300 m do cabeço, numa curva apertada, segue-se em frente e, um pouco à frente, corta-se à esquerda numa descida inclinada. Aqui vai-se com atenção porque aparece um caminho à direita que vai ter ao Franco.
Isto é um bocado confuso mas devo ter por aí um track GPS com o percurso (ou aproximado). Posso até fazer o percurso no Google earth. E, aliás, tenho muitos tracks GPS das minhas voltas de bike na serra que tenho todo o gosto em disponibilizar. Há percurso magníficos (em função até das estações do ano). Por exemplo agora no Outono os percursos pela floresta são fantásticos e também por casa da brama dos veados.
abraço
João