... you may never have them again.
Ou, numa versão menos pretensiosó-filosoficó-moralista: Julho entra com chuva mas que se lixe vou pedalar na mesma!
1 de Julho de 2015
(serra da Lousã)
O plano era extraordinariamente original: chegar a casa, pegar na bike, pedalar pela serra acima e, depois, logo se via onde me levariam as pedaladas.
À saída de Coimbra começaram a cair umas pingas que, à medida que me aproximava da Lousã, se transformaram numa belíssima chuva de Verão.
Por estranho que possa parecer aos leigos em BTT, aquela chuva morna, ao contrário de inibir, convidava a umas pedaladas.
Serra acima caía apenas uma chuva suave que batia levemente. A luz era coada. As nuvens acastelavam-se sobre os montes mais altos. Havia um cheiro intenso a terra molhada, a alcatrão molhado, a erva seca molhada, inebriante. Inspirar aqueles aromas é uma sensação profunda, é qualquer coisa que está inscrito na parte reptiliana do nosso cérebro, remota, ancestral, sente-se uma harmonia com a terra ...
Fui por ali acima num imenso prazer.
No céu pardo, de vez em quando aproximava-se uma nuvem mais determinada que vertia as gotas de água sobre mim de um modo um pouco mais exuberante. Mas o conforto do impermeável Louis Garneau é quase mágico.
Depois, a nuvem passava, ia-se embora, a evaporação começava (afinal estava calor) e o cheiro intensificava-se.
As cores ficavam vivas e lavadas
Andava por ali sem vontade de voltar para baixo. Tirei umas dezenas de fotografias. Afinal a chuva não era assim tanta. Mas, passava já das 8 da noite, o dia estava fechar e a muito custo decidi que a curva seguinte seria o ponto de retorno.
Mal virei,
a chuva que até aí tinha sido tímida, ganhou força e caiu a cântaros. É outra lei do BTT na serra: quando se volta para baixo é quando a chuva fica mais forte.
Por baixo do tecto de nuvens, na linha do horizonte para o lado do vale, entrava a luz do Sol
A chuva intensificou-se. O horizonte fechou.
Mas tirei ainda uma fotografia. Não a vou colocar aqui. Vai ser o próximo post; apenas a fotografia.
Belo relato e lindas fotos. Na quinta-feira também apanhei chuva quando fui pedalar, e muito vento... faz parte... :-)
ResponderEliminarPois, como dizia um companheiro de 70 anos com a maior calma do mundo e com uma certeza tão grande como a de que o Sol nasce todos os dias: não é por estar a chover que não vamos andar de bicicleta, pois não?
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