25 de Outubro, 2015
(Serra da Lousã)
De manhã abri os estores e as gotas da chuva penduradas nas folhas que ainda restam na cerejeira (uma cerejeira que me entra pelo quarto adentro, literalmente) diziam-me que, ao contrário do previsto, chovera durante a noite. E pela manhã também, o ar estava húmido denso e os aromas intensos. A temperatura era de Abril, não de Outubro, 11 graus Celsius. Os caminhos na serra deveriam estar pesados, lamacentos nos troços de terra e escorregadios nos pedregosos e com raízes. Enquanto fazia umas contas de cabeça (daasssssss... tinha planeado dar as primeiras pedaladas a valer na Merida nova - umas 3 ou 4 horas com umas boas subidas por caminhos pela serra acima ... e afinal vou-me atascar na lama e apanhar uma bela molha) começou a chover. Olhei o céu para Sul, para Nordeste e para Sudeste e convenci-me que o "tempo ia abrir" e, assim, toca a despachar que se faz tarde (comer, equipar, preparar tudo ...). Na dúvida avança-se.
Subida da serra por Vale Nogueira, tal como pensado na véspera. É que isto de quebrar planos deixa uma mal-estar que se instala no espírito e é muito difícil sair. Chovia e pensei que talvez fosse boa ideia ir para outro lado mas, num rasgo racional e de uma lógica imbatível pensei: que se lixe, vou por onde pensei ir. Com sorte avistarei uns veados, como aconteceu já algumas vezes por aqueles lados.
Fiz a primeira paragem logo à saída da Lousã. Gosto de ver o tanque de pedra aninhado sob o castanheiro, sobretudo nos dias de chuva. Apanhei duas castanhas que fui roendo enquanto pedalava serra acima.
Ganhei altitude, o "tempo abriu" e na passagem por Vale de Nogueira, o Sol aparecia, dissipando a neblina encostada nos vales e que eu via agora por cima. O caminho pesado, como previsto, atapetado de folhas (sobretudo de castanheiro) ia-se fazendo com a dose de esforço que sabe bem fazer; é que é preciso experiência para acertar na pedalada certa.
Quase a chegar ao marco geodésico do Espinheiro e apenas uns farrapos de neblina sobravam da manhã húmida.
Lá ao longe, para os lados de Penacova, percebia-se, no entanto, uma neblina cerrada sobre o vale por onde corre o rio Mondego.
A passagem pelo Espinheiro é um momento especial. O grande prado, no planalto de altitude, segundo me dizem, é o local onde na Primavera os veados se reúnem ao final do dia. Contorno-o pela parte superior porque ideia é subir.
Subir para atravessar a floresta dos abetos, dos castanheiros e dos carvalhos acima dos 800 m de altitude. Estava na expectativa para ver o Sol por entre as árvores
a fresta de luz sobre o caminho escuro
as cores contrastando com os ramos a contra-luz
o chão coberto de folhas e os aromas húmidos da terra e das folhas em decomposição.
A partir daqui, o dia estava cheio mas fui ainda virar ao Cabeço Marigo
E, depois, a descida rápida para atingir a estrada asfaltada no Terreiro das Bruxas até Cacilhas foi o plano escolhido. Fazia-se tarde.
Pouca kilometragem mas bela e dura como convém na primeira como deve ser. A primeiras pedaladas a valer na Merida. Agora sei o que consigo fazer com esta bike.
Subida da serra por Vale Nogueira, tal como pensado na véspera. É que isto de quebrar planos deixa uma mal-estar que se instala no espírito e é muito difícil sair. Chovia e pensei que talvez fosse boa ideia ir para outro lado mas, num rasgo racional e de uma lógica imbatível pensei: que se lixe, vou por onde pensei ir. Com sorte avistarei uns veados, como aconteceu já algumas vezes por aqueles lados.
Fiz a primeira paragem logo à saída da Lousã. Gosto de ver o tanque de pedra aninhado sob o castanheiro, sobretudo nos dias de chuva. Apanhei duas castanhas que fui roendo enquanto pedalava serra acima.
Quase a chegar ao marco geodésico do Espinheiro e apenas uns farrapos de neblina sobravam da manhã húmida.
Lá ao longe, para os lados de Penacova, percebia-se, no entanto, uma neblina cerrada sobre o vale por onde corre o rio Mondego.
A passagem pelo Espinheiro é um momento especial. O grande prado, no planalto de altitude, segundo me dizem, é o local onde na Primavera os veados se reúnem ao final do dia. Contorno-o pela parte superior porque ideia é subir.
Subir para atravessar a floresta dos abetos, dos castanheiros e dos carvalhos acima dos 800 m de altitude. Estava na expectativa para ver o Sol por entre as árvores
a fresta de luz sobre o caminho escuro
as cores contrastando com os ramos a contra-luz
o chão coberto de folhas e os aromas húmidos da terra e das folhas em decomposição.
A partir daqui, o dia estava cheio mas fui ainda virar ao Cabeço Marigo
E, depois, a descida rápida para atingir a estrada asfaltada no Terreiro das Bruxas até Cacilhas foi o plano escolhido. Fazia-se tarde.
Foi abrir por ali abaixo, apenas com uma paragem para apanhar umas castanhas e roer duas ou três a 50 km por hora.
Pouca kilometragem mas bela e dura como convém na primeira como deve ser. A primeiras pedaladas a valer na Merida. Agora sei o que consigo fazer com esta bike.
Quem é que te tira as fotos? POsso substituir essa pessoas quando lhe deres férias?
ResponderEliminarNo princípio era o braço esticado e click. Claro, era preciso ter um certo domínio dos ângulos e tirar a olho as tangentes ao capacete e às nuvens. Depois, a coisa começou a interessar-me. E se ... pois, estes ângulos de baixo para cima ... e estas texturas rente ao chão, das folhas, das pedras ... e aquela linha de fuga ... hummm ... quanto é que o temporizador do meu tlm dá? 20 segundos? E o jogo começou. Luzes, acção, go ... 20, 19, 18, 17, ... click. E esta sim é a memória das pedaladas comigo lá.
ResponderEliminarExperimenta.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh. Julgava que era uma namorada ou assim.
EliminarOnde é que se arranjam namoradas que queiram passar os tempos livres por caminhos empedrados, cobertos de arbustos na serra, em cima de uma bicicleta à chuva, na lama e às vezes a apanhar sustos com javalis?
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