(Gordon Research Conference)
Andando por ali em trabalho tentava a todo o custo inventar um plano para arranjar uma bike. Os sapatos, blusão, capacete etc. que se lixasse. Logo improvisaria um equipamento. Eu queria era pedalar por ali acima. Já tinha feito o mesmo noutros sítios. O primeiro post deste blog ao Quilómetro Zero na Patagónia Chilena foi o relato de um desses "desenfiamentos".
O plano da bike gorou-se.
Na fim-de-semana seguinte chegaria ali o Tour de Romandie na etapa do Col de la Croix. A etapa rainha desse ano. Descida do col a 1770 m até Diablerets a 1100m. Rui Costa ficaria em terceiro lugar neste Tour (Tiago Machado em 17º).
Não tendo conseguido arranjar a bike, fiz-me ao caminho e subi a pé desde Diablerets pela montanha do lado nascente acima. Logo ao início previa-se um bom aquecimento, 11% de inclinação durante 6.5 Km. O facto de haver sinalização específica para bikes arreliava-me. Imaginava-me por ali acima a arfar e a levar com o vento nas ventas. País civilizado este, sinalização para bicicletas e tal.
Não havia nada que enganar. Pela esquerda ou pela direita?
na dúvida, sobe-se
uma estratégia perspicaz é optar pela estrada aberta
Ora, deixa cá ver ... hammm... se estivesse na bike ... pela esquerda.
As horas passavam e eu estava cada vez mais acima. Vou só até aquela curva e depois, só até à outra, e só mais esta recta para ver o vale que se abre e, e, e, e ...
tomei consciência de que iria levar um par de horas a fazer o caminho inverso. E sem bike teria sido esse o desfecho não fora aparecer por ali um limpa-neves, eu ter pedido boleia, o condutor ter olhado para mim com cara de "mas donde é que saiu este gajo", ter travado aquela máquina num grande estrondo e, a rir-se, ter-me indicado o lugar ao lado do dele.
E ali vou eu montanha abaixo num limpa-neves.
Foi por ele que soube que iria ali passar o Tour da Romandie e era por isso que havia por ali umas equipas de filmagens
Limpámos uma ou duas curvas e em pouco tempo estava de novo em Diablerets
Que grande volta de bike poderia ter sido.
Já no quarto
soube que o Mário Torres, um colega das Astúrias, tinha encontrado uma pequena loja que alugava bikes. O Mário foi por ali acima na bike por uma outra estrada. Que pena não termos ido os dois, disse-me mais tarde quando nos encontrámos. A pena é minha Mário.
Fantástico. Só mesmo pena a falta da bike :)
ResponderEliminarAinda hoje me arrelio por não ter sido capaz de arranjar a bike. A sinalização na estrada e nos trilhos (soberbos, de cortar a respiração) específica para caminheiros e ciclistas que por ali há é uma coisa extraordinária, não achas?
ResponderEliminarFoi frustrante, João, mas teve uma experiência diferente: andar de limpa-neves :)
ResponderEliminarFoi melhor que ficar no quarto, se bem que com aquela vista...
Maria
Pois, Maria, quer dizer, no fundo tem razão é que não se perdeu tudo; não pedalei montanha acima mas vim montanha abaixo à boleia num limpa-neves :-D
ResponderEliminarJoão