terça-feira, 5 de julho de 2016

o céu e a terra

Serra da Lousã e do Açôr


Verão nas serranias ou as cores do céu e da terra



O verde é clorofila, o azul é éter.
Não, o azul não é o éter. Isso era no século XVIII. O céu é azul porque está inundado de azul, uma componente da luz branca !!! Para lá da La Palissada, é azul porque, das cores que vêm do Sol (as cores do arco-íris que, todas juntas, vemos como luz branca), é a luz com mais energia que é dispersada em todas as direcções pelos gases da atmosfera (sobretudo azoto e oxigénio). Os amarelos e vermelhos são menos dispersados. Quer dizer, estes gases da atmosfera espalham o azul por todo o lado e, portanto, para qualquer lado que olhemos vemos azul. Há luz visível ainda mais energética que também é desviada (roxo, por exemplo) mas para a qual a nossa retina é pouco sensível e que, por isso, não vemos. Quer dizer, não vemos tão bem como o azul (não temos cones para esse comprimento de onda, tal como os cães não têm para o vermelho que, por isso, não vêem). Também não dava jeito nenhum um céu roxo. É curioso pensar que evoluindo sob um céu azul esta é para nós uma cor relaxante. Um céu vermelho permanente deixar-nos-ia à beira de um ataque de nervos, a não ser que tivéssemos evoluído com essa cor por cima das nossas cabeças.

E o mar e os rios e lagos são azuis porque ...


e o amarelo é a falta da clorofila (a molécula que, nas plantas, usa a luz do Sol para, a partir da água e do dióxido de carbono, sintetizar oxigénio e glucose - por isso o processo se chama fotossíntese) deixando ver outros pigmentos das plantas, os flavonóides. O Outono, pela falta de luz ,é a época alta dos flavonóides.


Céu e terra no comments




Ciclista sob o mesmo céu e na mesma terra com comments


A água no céu faz do azul cinzento, impedindo a luz de chegar aos nossos olhos, 


e uns amarelos suaves, muito suaves e com uma tirinha laranja.


A luz rasante incendeia o céu sobre o Açôr. O céu nuclear prestes a ficar moribundo.
O azul é dispersado, re-dispersado e re-re-dispersado (porque a luz rasante atravessa uma maior camada de atmosfera quando comparada com a luz do meio dia, que incide na perpendicular sobre a atmosfera), atenuando-se.


O céu aos salpicos, formando pegadas gigantes (e o Trevim, lá em cima, ali tão perto !)


Azuis, verdes e outros comprimentos de onda


O céu sobre a Lousã. Às vezes assapa-se sobre o vale este céu mais líquido que gasoso. Vem um tipo pela serra abaixo, com uma luz belíssima e, à chegada, dá com este céu que parece anunciar uma catástrofe. Ou então é apenas a luz doce do entardecer neblínico que se abate sobre o vale enquanto o Sol dá o último suspiro (bocejo?) do dia. 


Azul e verde outra vez. Um azul raro, frágil e leve. Já o verde é denso, um verde com raízes bem assentes na terra.


Aqui, no vale da ribeira de S. João, ficaram as sobras da luz que se dispersou. As cores estão lá, eu é que não as vejo.


Havia tempestade para Este nas serranias do Açôr. Felizmente eu ia para Oeste mas ainda com um desvio de uns Km na direcção do céu tempestuoso. Pedalei com a tempestade a espreitar por cima do ombro.


Um céu que não se sabe de que cor se vai cobrir, azul? cinzento, cinzento muito escuro?


E aqui sem céu ou, como diriam os temíveis gauleses, o céu caiu-me em cima da cabeça. Chovia torrencialmente. A fotografia não tem qualquer manipulação de cores. Está como saiu do telemóvel.


Um céu com pinceladas de vento


E às vezes, nas pedaladas nos planaltos, a luz é tanta que as cores morrem.


Também morrem de outras maneiras. Como estas, por exemplo




Mas as cores estão sempre lá. Sabemos isso. Os azuis, os verdes e as outras.



Negando tudo o que está ali para trás, o céu e a terra azuis.




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