pára para comer uma bucha e, às tantas, olha para o lado e ali andam eles. Pois, está bem, mas o ciclista extraordinário também não pára em qualquer local. Seja para aliviar os bolsos de comida ou para esvaziar bolsas internos de fluidos, o ciclista extraordinário escolhe locais com belas vistas. Há lá prazer maior do que um alívio (de bolsos e bolsas) acompanhado por um longo suspiro com belas vistas pela frente?
O ciclista extraordinário estava distraído. Ah e o ciclista extraordinário usa lentes. Mas, mesmo assim, embora o gajo, quer dizer o ciclista extraordinário, veja um boi à frente dos olhos, ao longe o ciclista extraordinário fica na dúvida entre um boi, uma pedra, uma árvore caída e outros vultos com o volume de um boi como, por exemplo, alguns presidentes de potências (com mísseis) nucleares com ou sem penteados ridículos cor de laranja ou não. Por isso, o ciclista extraordinário, ao virar a cabeça olhou mas não viu os gamos a pastar. Apenas quando um se mexeu o ciclista extraordinário teve o pressentimento de que poderia ser um veado; um pensamento cartesiano puro: se se mexe, se não está vento e se parece ter pernas compridas logo é um veado. Afinal eram dois.
O ciclista extraordinário apontou para lá o mobáile em zoom e, passado algum tempo, já na dúvida se algo se estava ou não a mexer, armou-se em parvo assobiou e berrou. Um berro bovino. Outro pensamento cartesiano: se berrar e se se mexerem são o que penso que são. E eram.
Note-se a elegância com que correm !
Pois eram!
ResponderEliminarPrazer efémero...
Maria
Por vezes, vou por ali fora a pedalar por caminhos e eles atravessam-se à minha frente, logo ali, à frente do nariz. Surgem de um lado, dão um salto e desaparecem do outro. Tudo fugaz, nem tenho tempo de travar.
ResponderEliminarQuase tudo é efémero.
João