terça-feira, 16 de outubro de 2018

Videozinho na floresta depois da Leslie

Domingo, 14 de Outubro de 2018
Serra da Lousã


A Leslie, tempestade tropical, passou ao largo da Figueira da Foz, a cerca de 60-70 Km em linha recta da floresta de coníferas aos 800 m de altitude na encosta NW da serra da Lousã. A noite de Sábado foi tempestuosa. As árvores na encosta da serra, agitadas num turbilhão caótico, produziam um ronco um pouco mais grave e mais intenso do que é habitual em noites de vendaval e invernia. Tinha lá estado no início da tarde; uma ventania forte instalara-se sob céu azul e Sol aberto.

No domingo pedalei de novo serra acima até ao mil metros para, depois, descer pela floresta. Ninguém. Nenhum vento, uma neblina pouco densa e uma claridade que vinha de um Sol difuso que se punha compunham um ambiente tranquilo.



E estava mesmo à espera ... Quando atingi o planalto ao mil metros, mal saí da EN236 e entrei nos caminhos, atravessando um pinhal de pequenos pinheiros, numa zona em que há clareiras que permitem ver todo o vale ... lá estavam. Primeiro vi dois. Logo ali, 20 m à minha frente. Viram-me e afastaram-se, correndo, mas sem o ar assustadiço e atabalhoado com que muitas vezes fogem. É extraordinária a velocidade, a elegância e a graça com que os veados saltam e se movem por entre arbustos e pedras. Jovens e belíssimos. Logo a seguir um outro. Acho que era uma fêmea.
Desci rapidamente por um estradão. O Sol a baixar dispersava a luz sob as nuvens em amarelos e laranjas.



Não percebi porque raio andaram para ali a cortar cedros (como aquele que se vêem lá atrás) àquela altitude.



Cheguei à floresta de coníferas. Felizmente, apenas uma árvore aqui e outra ali caídas e partidas ao meio. A maioria com muitos ramos partidos. O chão pejado de ramos e folhas. Pedalei pelo grande estradão que atravessa a floresta. Fiz um videozinho. Está uma bela merdice mas é o que se arranja, pedalando só com uma mão no guiador da bike, o telemóvel na outra e tentando evitar os obstáculos sem dar com os quatro costados no chão.




4 comentários:

  1. Qual merdice, qual carapuça! Dá bem para ficarmos com uma ideia de como ficou a floresta.
    E que bom ter visto os saltitantes veados.
    E desta vez não precisou de pedir ajuda a Houston, pois não?
    Maria

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    1. Olá Maria,
      os veados eram grandes mas, apesar do tamanho, moviam-se com uma leveza, com uma aparente facilidade como se experimentassem a ausência de gravidade. É um assombro ver estes animais perto e no seu ambiente natural. Indescritível. Fico para ali pasmado, embevecido a olhar para eles. E, além disso, os encontros são fugazes. Dou com eles numa curva do caminho ou numa clareira e num instante desaparecem.
      Não fiz a chamada a Houston mas quase. É que deixei-me apanhar pelo busco-fusco e pôs-se um friozinho que, na descida, me entrou pelo corpo dentro.
      Obrigado pelas suas palavras simpáticas.
      João

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  2. Também já tive a sorte de poder ver os veados na Lousã e até tive a sorte de poder fotografá-los. São magníficos. Pena que não nos deixam aproximar mais um pouco.
    Quanto a estragos nem me fales, ontem fui ver melhor o que aconteceu por aqui. Se já tínhamos poucos pinheiros no nosso pinhal de Leiria porque foram queimados há 1 ano, os que restaram, na maioria estavam arrancados pela raiz ou partidos ao meio por causa da força do vento. Uma tristeza...

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    1. Pois, uma tristeza.
      Este último fds fui até lá cima, ao planalto da serra e, ao contrário da floresta a meia encosta que mostrei nas fotografias e vídeo ali em cima, o impacto do vento no planalto foi mais severo; muitas árvores partidas e arrancadas pela raiz.
      O pinhal de Leiria está a ser reflorestado?
      João

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