quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

a realidade vista de um lado

Fevereiro 2017

Vista de Norte para Sul, de dentro para fora, em dois planos e em várias dimensões. Vista dentro de um prisma e do cimo da falésia.




Quando passo neste bosque não o encontro como o deixei a última vez. Reconheço o cheiro, as árvores, as cores, a geometria e etc. É a realidade. Apanho folhas e sinto-as e toco nas árvores. São reais. Huummmmm ... uns fotões colidem com umas células na minha retina, gera-se uma corrente eléctrica e vvvvrrrrrrruuuuummmmmm, à velocidade da luz, num passe de mágica, acendem-se uns neurónios no meu cérebro que representam árvores e folhas e cores e ... e esta é a realidade. A minha cadela, (os cães não têm cones sensíveis ao vermelho e ao verde na retina), caso aqui estivesse, veria a sua realidade. E o meu cérebro que faz a representação da realidade e que a perscruta é também parte da realidade. Na actividade que exerço aprendi a não ter a ilusão da certeza. E se na Física a descrição do mundo pode ser feita através de equações, no caso da Biologia (que é mais que a soma das partes físicas que a compõem) a complexidade pode estar para além da nossa  capacidade para a compreender. O nosso intelecto pode chocar com barreiras intransponíveis. Porquê? O teorema de Pitágoras é inacessível aos orangotangos, possuidores de um cérebro semelhante ao nosso. Se o intelecto dos orangotandos tem barreiras que o nosso reconhece e ultrapassa, então é provável que o nosso cérebro biologicamente semelhante ao dos orangotandos ... três vezes nove vinte e sete noves fora nada. É só fazer as contas.

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