Que temporal? A chuva varre a serra em ondas laterais. Isso vai ver-se no vídeo. Em cima da bike a sensação é outra. É a da chuva maluca. Uma gotículas de água que dançam em todas as direcções levadas pelo vento, excepto como é costume; quer dizer, de cima para baixo. Vêm de lado, de baixo, de esguelha, de todo o lado. As gotas da chuva não caem, antes esvoaçam como um ganso. Ensopam devagar. Um barulho ao meu lado. Susto. Um barulho invulgar. As acácias gemem e chiam sob o vento. Isso conheço bem. Mas este foi um som cavo. Uma árvore partiu ao meu lado. Caraças, ainda levo com alguma em cima. O temporal na serra faz um rugido de fundo. Uma coisa assim parecida com o mar mas mais orgânico (o que quer que isto queira dizer). Mais de o sentir com o externo, a meio do peito, reverberando nas costelas. Já o previa; a ribeira de S. João cantava pela primeira vez este Inverno. Parei cá em cima, sobre a ribeira, de um dos lados do vale. Do outro, lá ao cimo, a aldeia do Talasnal. Na encosta em frente, o canal de água da Central transbordava, originando cascatas que se precipitavam sobre a ribeira, uns cem metros abaixo. O som furioso da água a correr enchia ao vale. Gosto deste sítio. Ao cimo do vale alinham-se os montes até se perderem na neblina. Bem sei o que está para lá dos montes mas faço de conta que não, que para lá é terra que não conheço.
Em mais detalhe a água que se precipita no vale. A encosta é tão íngreme que deverá ser muito difícil ir até lá.
(Snow Goose dos Camel. Aos 40 segundos resolve-se o enigma do assobio no vídeo ali em cima)
Uau!
ResponderEliminarPouco depois passei perto de uma cascata e pensei filmar mas, como bem sabes, em dias de chuva se tiras as luvas mais do que uma vez já não as consegues calçar.
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