quarta-feira, 4 de maio de 2016

Quem somos, de onde vimos, para onde vamos, porque é que não há mais pessoas a a andar de bicicleta?

Serra da Lousã
(1 de Maio de 2016)

O encontro ocorreu logo depois de ter estado a fotografar as paredes coberta de água, coloridas, brilhantes por onde corria um fiozinho de água; o que restava de uma queda mais ou menos exuberante de algumas semanas atrás. Vem o Sol, o tempo aquece e irrompem as cores. Ao contrário, os riachos minguam.

Mas, estava ali a olhar para os brilhos e as cores da parede onde agora irrompiam pequenas plantas quando vejo um tipo a aproximar-se de bicicleta, uma ar distraído, a olhar à volta, só lhe faltava assobiar, com aquela atitude de cordialidade contida.


Mas os roxos? De onde é que vêm os roxos? Era isto que mais me intrigava


Passou. Eu fiquei mais um pouco. Depois, fui atrás dele pela serra acima. Que diabo o tipo pedalava bem. Vi que levava uns rabiscos a servir de mapa. Meti-me com ele, ofereci-me para lhe dar sugestões, dicas, respostas. O plano dele era simples mas difícil de concretizar. Subir ao topo da serra e depois descer pelo outro lado.
Entretanto chegou a mulher. Vinha numa e-bike (bicicleta auxiliada por um motor eléctrico). É que assim consigo acompanhá-lo, disse-me, apontando para o marido com a cabeça e expressão de quem quer dizer que ele é um tolo das bikes.
Eram Holandeses. Lá lhes dei uma sugestões, falámos de várias coisas. Ela dizia-me que gostavam muito das variantes do verde e eu percebia bem o que ela dizia. Ele, o marido, ia sorrindo. Às tantas, ele sai-se com esta:
-        Isto é tudo tão bonito. Porque é que não há mais pessoas a andar de bicicleta?

à    Às vezes fazem-se estas perguntas sem querer saber a resposta (perguntas de retórica) mas quando ele ficou a olhar para mim de olhos abertos percebi que era genuíno, que o intrigava a pergunta, que queria que eu dissesse alguma coisa. Disse-lhe que, ainda assim,  por vezes há mais pessoas a pedalar por ali. Mas que quando se trabalha (os que trabalham) e se tem um ordenado miserável, como é o caso de mais de 30% das famílias (e jovens) portugueses, pedalar pelos campos e serras apreciando a beleza pode ser uma ideia remota. Tal como ir ao cinema, ou a uma exposição, ou a um concerto, ou outra coisa. Mas que também achava que há coisas que têm que ser ensinadas e que, ao contrário de emoções como o medo, por default não temos inscrito nas redes neuronais outras que resultam de estímulos diversos e associações complexas (a beleza que ele percebia incluía não só o que via mas também os aromas, e a luz e os sons de aves e água a correr, e mais mil e uma coisas).

     Despedi-me e fui andando mas, km à frente, quando parei numa fonte improvisada (uma telha num riacho) que está ali há anos



     olhei para trás e via-os perto. Pedalavam que se fartavam. Eu todo bem equipado, calções como deve ser, sapatos de encaixe, uma bike jeitosa e tal, e ele com uns sapatos de pano finos que nem conseguia colocar o pé no pedal, um alforge, uma pasteleira.

Ao chegar ao planalto tirei mais umas fotografias: umas árvores num pequeno bosque. É que estava tão bonito!





Na descida tirei outras, desta vez a um souto que começa a folhear, fazendo contrastes de sombra em machas no chão das folhas mortas do ano passado.


E daqui apanhei depois o caminho (este é dos caminhos para algum lado) que me levou lá abaixo ao vale. Gosto desta descida porque  o vale começa a vislumbrar-se (como que a nascer no horizonte), percebendo-se  lá em baixo, e depois se vai abrindo, imenso, à medida que nos aproximamos.






27 comentários:

  1. Olá João,
    Para além do azul e, ao contrário da maioria, sempre gostei muito dos tons rosa,lilás, roxo (talvez tenha a ver com a ametista, dizem que é a pedra do meu signo. Tudo isto para dizer que adorei esses roxos, venham lá de onde vierem...
    Quanto aos passeios de bike, há aquela coisa de "quem não tem cão caça com gato".
    Era o que eu fazia, geralmente aos sábados, quando a vida que tinha durante a semana era "insuportavelmente insuportável".
    Precisava de estar só. Saía before sunrise e voltava just after sunset, com ou sem destino definido.
    Uma vez, depois de atestar na Covilhã, vi uma placa que dizia Parque Natural da Serra da Estrela e pensei why not?
    Depois de passar Tortosendo e Unhais apanhei o que eu chamo de "snaky road ", daquelas que não dá para parar ou tirar fotos, mas que nunca vou esquecer.
    Foi no fim de Maio e a profusão de cores e de cheiros era de tal ordem que nem consigo descrever: parecia que tinha entrado num paraíso. Não passou nenhum carro, não vi ninguém até chegar à praia fluvial de Loriga - agora o paraíso tinha cascatas e já pude parar e fotografar.
    Depois segui para Seia, Santa Marinha, Gouveia e Covilhã (onde revelei as fotos). Cheguei a casa perto das 20h, cansada (350kms) mas muito feliz, pronta para outra semana de inferno.
    Devo dizer que ainda não havia A23 nem eu tinha telemóvel.
    O carrito não avariou, mas eu nem sequer pensei nisso...
    Maria

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  2. Uma vez, numa caminhada nas falésias alentejanas, a Sul da Zambujeira, dei com um buraco numa pedra pejado de cristais de ametista. Deixei ficar tudo igual, não quis estragar. Muitos anos depois, lembrei-me disso e tentei encontrar a pedra mas debalde.
    Sei qual é a "snaky road": Unhais da Serra -Pedras Lavradas. Já a percorri de bike. Vai-se ali entre as encostas da Estrela à direita (que dão para o planalto central) e o Açor ao longe do lado esquerdo.
    Uma bela volta que a Maria deu. Foi um périplo à Estrela.
    João

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    1. Que pena eu não ter encontrado esse buraco nas minhas andanças pelas falésias, não teria resistido a rapinar um ou dois cristais;)
      Mas os passeios de carro também têm as suas limitações.
      Uma vez decidi ir procurar a Ponte Torre de Sequeiros,em Valongo (ou Vale Longo) no Rio Côa, para lá do Sabugal.
      Perguntei pelo caminho e disseram-me que era muito mau (cerca de 10km) e depois teria de seguir pelo leito seco de um ribeiro para lá chegar. Aquilo estava cheio de rolling stones (alguns bem pouco rolling, assim mais para o cheio de bicos). Pensei "e se tenho um furo? Ora, eu até tenho pneus Michelin".
      Finalmente cheguei.
      O sítio era lindo, a ponte também, embora a torre estivesse em ruínas (deixamos sempre tudo ao abandono).
      Tudo de uma beleza selvagem, agreste, as rochas, o Côa, a vegetação.
      Fui buscar a Nikon ao carro e pus-me a tirar fotografias.
      Estava decidida a ficar ali uma horita a descansar, trincar qualquer coisa e lavar a alma com aquele cenário de filme.
      De repente, alguém pergunta: não nos queres tirar uma fotografia?
      Eram 3 pescadores que estavam numa das margens, à sombra das árvores, e que tinham estado muito caladinhos a observar-me.
      Que fazer?
      Tirar-lhes uma fotografia?
      No way!
      Hora de zarpar!
      Bolas, às vezes é muito chato ser mulher...
      E é isto!
      Ah, mas as fotografias ficaram muito boas:)
      Maria

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    2. "Tudo de uma beleza selvagem, agreste."
      Há muitos anos, mais de mil, que não vou para esses lados mas a maneira como descreveu a paisagem trouxe-me a sensação da beleza selvagem, agreste.
      Maria, da próxima vez ... de bike. Uma BTT. Piedras rolantes no problem e pescadores armados ao pingarelho nãos metem com BTTistas.
      João

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    3. Ah João, it's too late now... além de que se zarpa mais depressa de carro.
      Tive sorte, eram bons rapazes...
      Umas semanas antes tinha visitado a Ponte Torre de Ucanha (Tarouca), essa sim muito bem preservada.
      Fica mesmo no centro da aldeia e desta vez tive a companhia de uma senhora que estava a lavar no Rio Varosa. Ficámos a conversar, ela a lavar, eu a comer (não um pão com marmelada ou uma banana) mas uma sandocha de carne assada, água, e para sobremesa, bagos de uva e/ou gomos de laranja - era o que costumava levar nas minhas escapadinhas de Sábado.
      Tirei uma foto à senhora e depois enviei-lha pelo correio. Fazia isso algumas vezes com o pessoal das aldeias.
      :) Maria


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    4. Que belos passeios Maria! Então a fotografia é uma atracção antiga (quero dizer, pré-tlm)?
      João

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    5. É uma atracção muito antiga.
      Começou por volta dos 14/15 anos com uma Instamatic da Kodak, que ia comigo para todo o lado.
      Continuou com uma Nikon, que um amigo que trabalhava na TAP me trouxe da Big Apple, bem baratinha.
      Lá para os trinta comprei outra Nikon c/uma zoom 35-80mm, que durou até à famigerada era digital - que ditou o fim da artista.
      Gostava daquela coisa de pôr e tirar o rolo, escolher a abertura do diafragma e a velocidade do obturador, de fazer a focagem manual...
      Ainda pensei comprar uma digital, mas vi-me com um pc Windows 98 obsoleto (disketes, CD-Rom e outras tretas inúteis) que dizia "device unknown" quando eu introduzia uma pen.
      Não tendo onde guardar as fotos, desisti.
      Depois comprei um tlm Nokia (era mesmo necessário) e tirava fotos com ele, mas não era a mesma coisa...
      Em vez de comprar um pc resolvi comprar um tablet Samsung Galaxy 7" (mais caro que um pc, acho que fui enganada), mas que tinha a vantagem de ser também telefone e poder levá-lo para todo o lado.
      A bateria deu imensos problemas e um dia "morreu" e não ressuscitou mais. Perdi tudo o que lá tinha: contactos, mails, fotografias (foi o que me custou mais).
      Fui direita à Worten (mais perto de casa) e comprei o maior écran que lá havia (5,5"), mas não percebo nada disto, it's too smart for me.
      E eu que era toda 2001, Blade Runner e Star Wars fui esmagada pela tecnologia...
      Mas tirei milhares de fotografias ao longo da vida e algumas (poucas) até foram publicadas.
      Ah e nunca tirei uma selfie...
      E é isto, João.
      Maria







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    6. Olá Maria,
      e podemos ver as fotografias publicadas? O que eu gostava de ver as suas fotografias mas bem entendo se não for possível dizê-lo aqui. Não tenha a mínima preocupação com isso, seriously.
      Também tive uma objectiva 35-80mm. O gozo que isso me dava. Era numa Canon AV1, com a caixa em aço inoxidável, pesava pra aí 1 kg. Ao fim de um dia com a máquina ao pescoço estar com um torcicolo. Também gostava de seccionar a abertura, velocidade ... e revelei em papel com amplificador, fazendo coisas que hoje se fazem no photoshop em dois tempos.
      Nunca tive Pcs (excepto durante um pequeno período). Desde os primórdios que tenho Macs. São mais caros (foram sempre) mas operam com fiabilidade durante décadas a fio, sem um problema, sem um precalço, sem um susto. Estão ali. Tenho um a operar ainda hoje que já vi num museu de design !
      João

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    7. Não é nada de especial, João.
      - Em 1999 fui a Santiago de Compostela (outra aventura que acabou bem) e, quando a revista Volta ao Mundo fez uma reportagem sobre o Ano Santo em Santiago, eu escrevi uma carta e mandei uma fotografia do Botafumeiro quase a bater no tecto da catedral.
      Eles recebiam dezenas de cartas mensalmente e fiquei feliz por terem publicado a minha.
      - Outras duas fotografias com pelourinhos, mesma história mas na revista Evasões.

      - Uma vez no Posto de Turismo da Guarda comprei um livro sobre os Pelourinhos do Distrito da Guarda.
      Era edição de autor e a menina do Turismo ficou de me arranjar livros de outros Distritos, e ficou com o meu contacto.
      Acabou por ser o autor a telefonar-me dizendo que estava a organizar o livro de CB e se eu queria ajudá-lo na pesquisa.
      Fiz recolha de material aqui na cidade e também na Idanha, Fundão e Penamacor. Tudo isto por correio e telefone. Também lhe enviei, a pedido, algumas das minhas fotos.
      Eu é que escolhi a foto e a cor da capa do livro. Gostei sinceramente de colaborar.
      Ele acabou por vir aqui à Biblioteca trazer alguns livros e só nessa altura me disse (e eu vi) que tinha lá posto 5 fotografias minhas - foi simpático, mas não havia necessidade.
      E pespegou lá o meu nome completo (ainda bem que não tenho sangue azul e 14 ou 15 nomes).
      Mas as minhas fotos eram a cores e tinham cabos eléctricos e antenas, e ali estão a preto e branco e limpas.
      Ele também publicou, talvez a minha melhor fotografia de sempre (Castelo e Pelourinho de Penedono) que está a cores num livro sobre aquela antiga vila, mas desta vez sem o nome da "artista".
      Mas isso não interessa nada, eu sei que é a minha, tenho o negativo e, como o João sabe, não há duas fotografias iguais, especialmente se houver nuvens no céu.

      - Para terminar, em tempos, "chatearam-me" bastante para fazer uma exposição de fotografias dos meus Pelourinhos, ou publicar um livro, mas para quê?
      A minha passagem aqui no pale blue dot não vai deixar rasto: não fiz um filho, não plantei uma árvore, não escrevi um livro...
      E é isto!
      :) Maria




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    8. Parabéns Maria. De vez em quando espreitava a Evasões.
      E a fotografia da "série" pelourinhos era a preto e branco? Houve um tempo em que pensei colocar aqui fotografias dedicadas a dois temas: fontes e paragens de camioneta de carreira (das antigas). Acho interessante a ideia da fontes, locais onde água jorra e onde se bebe água, umas modestas com um pequena "bica", outras exuberantes, complicas de inauguração ... E as paragens de autocarro em locas remotos, em serranias, duas placas de zinco e pejadas de cartazes com anúncio das festas das aldeias próximas?!
      Come on Maria!, tantas pessoas que gostariam de ver as suas fotografias de pelourinhos. Todos fazemos pequenas coisas e é disso que é feita a civilização; só de vez em quando é que há um Newton ou um Einstein (claro que alguns idiotas pensam que serão inesquecíveis). E tudo é fugaz.
      João

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    9. Era tudo a cores.
      Não eram reveladas por mim. Embora eu tivesse feito isso num mini-curso de fotografia, nunca cheguei a ter o meu próprio laboratório.
      Às vezes mandava revelar uma ou outra foto a p/b ou sépia só para ver o efeito.
      Esta mania dos pelourinhos começou com uma exposição de quadros de pelourinhos do pintor Barata Moura (de Castelo Novo), pai do Barata Moura reitor da UL e autor da "Joana come a papa", lembra-se?
      Achei os quadros lindíssimos e resolvi ir conhecê-los in loco.
      E depois foi a "loucura total" de andar por aí a percorrer o país feita tonta a fotografar pelourinhos.
      Fui aos sítios mais recônditos de Portugal e conheci vilas e aldeias belíssimas.
      Um dia o projecto parou por falta de verbas - e não cheguei a ir à Lousã e a Serpins, que também estavam agendadas :)
      Maria

      Eu já vi um post com uma bela homenagem às fontes.
      E as Bus stop também é uma excelente ideia.
      Come on João!

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    10. Maria, falta-me a disciplina para fotografar, catalogar, guardar etc as fotografias dedicadas a um tema para depois as postar. Mas a fontes e paragens de autocarro são locais com histórias que se adivinham facilmente. São também pontos de encontro.
      Imagino que além dos pelourinhos outros motivos por essas aldeias não escaparam aos seu click.
      Num exercício de adivinhação, prevejo que um dia a Maria irá ver uma fotografia do pelourinho da Lousã :)
      João

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    11. Olá João,
      Só agora vi a sua resposta :)
      Eu já vi fotos do pelourinho da Lousã, gostava era de ver uma tirada por si.
      Vou ficar à espera...
      Maria

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  3. Olá João,
    E quando eu já não estava à espera, recebi três em vez de uma... bem, não sei se eram para mim ou para a tal francesinha (não do Porto, mas de Lisboa, exilada nas Beiras).
    Tão bonito, João.
    Muito obrigada!
    E com aquele céu (um marmelade sky? must ask John Lennon!), e com aquelas últimas folhas do plátano disfarçado de Joshua Tree, e aquele Farewell do John Barry (espero que não seja um farewll do John L).
    Muitos Johnnies, já reparou? Bom, isto supondo que o seu nome é mesmo João...
    Quanto à francesa, se vir algum comentário da Maria Antonieta, não sou eu, é a outra, que se chama Janita (blog Cantinho da Janita). Ela disse lá na ujm que tinha criado essa conta para comentar em blogs "mais intelectuais", o que quer que isso seja, mas depois enganava-se e usava a conta da Janita: enfim, uma confusão do caraças.
    Eu sempre assinei só Antonieta, depois passei a ser Maria, nunca usei os 2 nomes juntos.
    Se eu inventasse um nome seria sempre um nome pequeno: Inês, Ana, Sara, Diana...
    Ah e nunca comentei no Pipoco (não me interessa) nem no Escrever é Triste (deste gostava, mas pediam o e-mail), ela comentava muito por lá.
    Et c'est tout!
    Maria

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    1. Ainda bem que gostou, Maria. O que eu andei para ali chegar ... ao pelourinho :)
      Não me lembro de ter visto comentários assinados pela tal Janita ou Maria Antonieta.
      Na net e nos blogs há muita patetice e eu não tenho paciência nenhuma para aturar tretas. Outra coisa que me aborrece é a facilidade com que se usa material alheio (textos, fotografias etc) para blogar sem qualquer referência ao autor. A larga maioria nem sequer sabe o que são direitos de autor, quanto mais ética.
      Espero que esteja a aproveitar estes dias luminosos e frios. Imagino que aí a à noite e pela madrugada a temperatura desce bem abaixo dos zero graus. Eu tenho esta obsessão pela temperatura (tenho um termómetro no quintal) por causa da bike. Em função da temperatura selecciono o número de camadas a vestir pois, em dias frios, os passeios podem ser dolorosos. Por exemplo se estiverem 6 graus e vier a descer a cerca de 30 Km/h, a temperatura que de facto se sente é negativa (e lá estou eu para aqui a chatear com a bike ... sorry).
      João

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  4. Chatear com a bike, João?
    Como assim?
    Afinal isto é um blog about bikes, ou não?
    Sabe que até me senti culpada por não a ver no post do pelourinho? Ela aparece sempre...
    E era a sua cachorra ou não?
    Pois por aqui não tem havido geada pela manhã, o que é muito estranho (apenas houve naquele dia em que me perguntou).
    E têm estado umas tardes de Primavera, quentes e sem vento, ainda ontem estive na varanda a ler uns jornais e o sol não se aguentava. A casa estava gelada e na rua estava quente.
    Eu vou ver quando foi que a ujm perguntou à outra senhora se ela era a leitora Antonieta de quem ela gostava e que há muito tempo não aparecia. Penso que foi a 23 e 24 Setembro/18. Eu na altura não disse nada. Quando a ujm atingiu os não sei quantos visitantes é que experimentei comentar com o smart e assinei "you know who I am".
    E ela reconheceu-me logo.
    Ganda seca que lhe estou a dar. Sorry!
    Maria

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    1. Desculpe, João, só venho confirmar que as datas estão correctas. Por favor leia, quando tiver um bocadinho, só para ver o ridículo da coisa e perceber do que é que eu tenho estado a falar; depois encerramos o assunto.
      O post é um daqueles picantes que a ujm gosta de pôr às vezes e eu fiquei admirada ao ver ali uma "comentadeira" com o meu nome...e não era eu!!!
      Boa noite!
      :) Maria

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    2. Olá Maria,
      já lá fui e lembrava-me muito bem do post porque já conhecia algumas fotografias do Robert Mapplethorpe e diverti-me com a ironia e a ousadia da ujm. Acho que, na altura, espreitei os comentários mas, por vezes, começo a ler e, depois, desinteresso-me e não termino a leitura dos comentários. Deve ter sido o que aconteceu. Mas já percebi o filme.

      Sim, é a cachorra que sonha.

      Também tenho reparado nesse fenómeno estranho: muito frio mas ausência de geada pela manhã. Noutros anos, em dias de Sol e frio, quando subia a serra pela manhã encontrava a estrada branca, literalmente branca, e ia por ali devagar, tentando não derrapar e marcando o rodado das rodas da bike na tela branca da estrada. Acho que há pouquíssima humidade na atmosfera e, portanto, não há água para solidificar na forma de gelo. Noto também que, na serra, os riachos estão a ficar murchos de dia para dia. Por vezes até parece que se nota nas cores. Olho paisagem, o chão dos soutos cobertos de folhas, os troncos dos castanheiros e carvalhos e noto a cor mortiça, sem brilho.
      João

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  5. Olá João,
    Calculei que fosse ela, é bonita, tem olhos meigos.
    Uma vez, em Belmonte, num dia muito quente, estavam dois cães a dormir profundamente na base do pelourinho. Não os acordei, ficaram na fotografia e ficaram muito bem. Como não lhes perguntei a morada, nunca chegaram a saber como eram fotogénicos :)
    Esta noite dormi mal (no pill, no sleep) e toda a noite o vento uivou (Norte, Nordeste).
    E estava muito frio de manhã, mas nada de geada, ervas todas verdinhas.
    O clima está mesmo a mudar...
    Bom fds, João!
    Maria





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    1. Olá Maria,
      no meu caso, um cálice de vinho do Porto à noite, após o jantar, faz milagres ;)
      A cachorra que sonha é muito meiga e, do que já percebi, tem consciência de si. Não me surpreende. São animais com um cérebro semelhante ao nosso.
      João

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    2. Como não sei o nome dela vou chamá-la Dreamer.
      Foi a Dreamer que quis ficar na fotografia ou foi o dono que lhe pediu para fazer pose?
      Gostei muito de a conhecer...
      And be kind enough to answer this simple question, ok? Pleeaase!

      Não temos álcool cá em casa (drinking,I mean) mas talvez experimente a sua receita ;)
      Não gosto nada de tomar sleeping pills, mas às vezes tem mesmo de ser...

      Temas de fotografias?
      Tantos, tantos:
      - Janelas e Portas
      - Brasões
      - Nossas Senhoras (para a minha mãe, trazia sempre uma ou mais), algumas com nomes lindos:
      - Sra. do Açor,(Açores - Celorico)
      - Sra. da Boa Nova (Terena)
      - Sra. do Ó em pedra de Ançã policromada (dentro do castelo de Montemor)
      - Sra. da Alegria (Cáceres, ou seria Trujillo?)
      - Sra. das Neves (Almeida ou Escarigo?)
      Ela tem uma colecção enorme.
      - Castelos
      - Azulejos
      e
      - PONTES
      Uma vez fui a Ervedal (Avis) fotografar uma ponte de madeira que é uma réplica da ponte 25 de Abril (ou da Golden Gate, se preferir).
      Pode ver na net, mas foi arranjada, já perdeu parte do encanto. Quando lá estive só passavam pessoas e rebanhos e tinha um ninho de cegonha no topo: uma beleza!
      Faz parte de um bike tour, às tantas o João até conhece...
      Ui,ui, this is what I call a great seca!
      Have a "Great Day in the Life" aí no seu misterious Building.
      Maria





      Maria

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    3. Adenda:

      Ah e também tive a minha fase megalítica: antas, cromeleques, menires e afins.
      E por falar em menires, esses sim, é que são aquela coisa que o João disse do pelourinho da Lousã... mas a minha esmerada educação não me permite aprofundar tema tão delicado, obviously.
      Maria (dos Almendres)

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    4. Olá Maria,

      apenas lhe disse: dreamer upa! Ela percebeu e instalou-se confortavelmente junto ao fálico (perdão, megalítico, menírico) pelourinho. Em todo o caso não me surpreenderia se por sua iniciativa a madame dreamer se dirigisse tranquilamente para o pelourinho e se aninhasse junto à base. Depois soltaria um profundo suspiro, olhar-me-ia de soslaio, avisando-me que seria para ficar ali algum tempo, e desviaria o olhar como quem não quer mais conversa.

      Bem, a sua lista de temas indicia grandes viagens e muitas histórias. Para além das fotografias. A ponte do Ervedal é que foi uma grande surpresa. A que vi na net está pintada de branco !!???!! E, além disso, foi planeado pelo Eng. Edgar Cardoso.

      Nunca estive no Cromeleque dos Alemendres, apesar de já ter andado por aquelas bandas várias vezes.

      João

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  6. Um abraço de gratidão aos dois: ao dono por ter a ideia e à Dreamer por colaborar :)
    A ponte era de madeira e estava periclitante, o que não me impediu de a atravassar, arriscando assim um mergulho na barragem do Maranhão.
    Sítio deserto, no fishermen à vista, apenas uma cegonha no ninho, que aliás até me pediu para a fotografar - o que fiz com todo o gosto.
    A história dos Almendres conto mais tarde (se não estiver a abusar da sua paciência...)
    Now duty calls.
    Bom fds!
    Maria

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    1. Olá João,
      Cheguei bem!
      Esteve um dia fabuloso, mesmo de Primavera, mesmo bom para eu voltar à Barragem e ao Açôr.
      O Joe disse que era a rela e mostrou-me uma coisa redonda toda estragada.
      Mas como para mim uma rela é uma rã verde... quero lá saber, desde que aquilo ande e não deite fumo.
      Mas não arrisco ir para montanhas...

      Já fui à net ver a ponte branca e achei um disparate.
      Na altura lembro-me de ter lido qquer coisa sobre ter sido um teste para a ponte de Lisboa, mas não tenho certezas de nada.
      Ainda bem que lhe consegui mostrar uma coisa que o João ainda não conhecia :)
      Em contrapartida, googlei o Eng. Edgar Cardoso e fiquei a saber que foi ele o autor da Ponte da Arrábida e da Ponte de Santa Clara.
      Recebo sempre muito mais do que dou...
      É isto que eu acho interessante nos blogues: troca de ideias, de experiências, de informação.
      Pena que não haja muitos assim...
      Maria

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    2. A viagem de CB até à barragem de Sta. Luzia não é longa e pelo caminho há várias povoações. Ou seja, no caso do carro sofrer uma avaria há seguramente meios (oficinas, pessoas etc) para resolver o problema. À cautela pode levar uma bike no porta-bagagens e, em caso de necessidade, you know, it´s obvious there is a solution to get back home ;)

      Falando em home, espero que a sua mãe tenha recuperado da constipação e esteja melhor.

      João

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    3. Eu sei, João, são cerca de 70km, talvez menos, agora que eles tiraram algumas curvas da estrada.
      E eu tenho assistência em viagem, claro.
      Uma bike na bagageira, what for? I don't know how to ride one...
      Só falta o tal je ne sais quoi - talvez um destes dias acorde com um apelo irresistível, e me faça à estrada, who knows?
      :) Maria

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