segunda-feira, 22 de junho de 2015

A deslizar pela serra da Lousã acima

Serra da Lousã
(21 de Junho de 2015)

Estou há cerca de 1 mês sem a bike de montanha. Não há cepos para o cubo traseiro da roda, um vulgar cepo SLX da Shimano! A crise também tem consequências nestes detalhes de somenos importância. Por um lado, ninguém em Portugal está em condições de fazer stock de material e, por outro, a Shimano deve estar a borrifar-se para o mercado Português, privilegiando o Espanhol, Italiano, Francês ...

À beira de sair novamente do País, com uma vontade incontrolável para andar de bike (pois é, isto é pior que cocaína), fiz o que muitas vezes fazia no período pré-BTT e que hoje raramente faço; subir a serra da Lousã pela Nacional até ao lado de lá, à Castanheira de Pera, e voltar na minha velha "clássica" BH de roda fina.
18 Km a subir com uma inclinação média de 4% até ao Candal (a única aldeia na estrada de asfalto, a 11Km da Lousã) e, a partir daí, de 5% até ao cimo. Isto é até ao planalto sem contar com a subida ao Trevim. Depois, cerca de 2 Km em plano e, por fim, 15 Km a descer até Castanheira de Pera. Na volta ... é só fazer as contas !

Dia quente com nuvens a acastelar sob a serra, a subida foi feita com o botão "desfruta disto enquanto podes" no máximo. A velejar pela serra acima, pedalada atrás de pedalada.

Já subi por ESTE VALE, o vale da Ribeira de S. João, centenas de vezes e é como se fosse sempre a primeira. A certa altura, depois de alguns Km iniciais, quando o vale abre e se começam a vislumbrar as cumeadas lá em cima, a cobertura de castanheiros é exuberante.


Gosto desta visão. Vai-se ali num esforço controlado, tentando levar um ritmo espevitado ("naquele engano d'alma ledo e cego que a fortuna não deixa durar muito !) fazem-se umas curvas e ... lá está ele, o Trevim a 1200 m de altitude, com as antenas. O topo da Serra da Lousã. Parece que é logo ali ...


e cá estou eu, com o fatinho de Domingo !


e com o Sol e o Trevim pela frente


O Candal surge 11 Km depois. Primeiro as casas de xisto mais antigas


e, depois, as mais recentes


Um pouco mais acima, na fonte Espinho, tem-se uma visão interessante da Serra do Buçaco. No vértice formado pelos montes mais próximos, surge no horizonte o Buçaco, como uma bossa.


Quase a chegar ao planalto a cerca de 900 m, a "paragem da camioneta de carreira". Tenho um fascínio por estas paragens da camioneta. Ali está ela, a paragem, firme, debaixo de um belo cedro, um local outrora privilegiado  (as populações das aldeias de xisto da serra apanhavam ali a camioneta) tornou-se aparentemente banal. Arbustos a crescer, dando um ar de abandono, a pintura desmaiada ... Mas, olhando com cuidado, há uma imponência natural nesta placa e neste local. É fácil imaginar ali as pessoas, com o farnel e as alcofas tapadas com paninhos, vestidas com o melhor roupa, na expectativa da carreira. Talvez com cestas de ovos, galinhas, coelhos ...  para irem vender à feira na Vila.


Subi, fiz o planalto e comecei a descida para a Castanheira de Pera. Isto é, passei para o "lado de lá" da serra. É um deslumbramento quando, na descida, se abrem os horizontes



.Não fui até lá abaixo. Virei no miradouro.


Na volta não tirei fotografias. Não quis parar. Deixei-me apenas embalar pela subida e descida ao contrário do que tinha feito. Estava a saber-me demasiado bem a viagem para a interromper com uma paragem.



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