quinta-feira, 4 de junho de 2015

Serra da Lousã - dias de chuva

Nos dias quentes da Primavera e do Verão talvez se olhe de uma maneira mais nítida para os de Inverno.

Serra da Lousã
(4 e 5 de Janeiro de 2014)

Dias de chuva na serra. Na serra a chuva não é uma coisa que se evita, é uma coisa que acontece. E é preciso perceber isto para se pedalar com prazer à chuva.

A água corre, quer pelos regos:


quer nos caminhos


e, apesar da fluidez dinâmica da água que corre (excuse me ?!!!), a floresta fica silenciosa.


Na estrada também corre (a água) mas mais descontrolada.


Na floresta é mais belo. A água corre e formam-se riachos


por entre as folhas dos castanheiros e carvalhos, mortas no chão.


e ficamos para ali extasiados a olhar e a ouvir a água que corre (e a que cai do céu, mas dessa não damos conta !).





(Fevereiro 2014)
Noutros dias, como em Fevereiro ... tudo se transforma. É um turbilhão. O vento sopra forte serra acima. Sentimo-lo na bike a pedalar e vêmo-lo nos arbustos curvados, nas ondas dos charcos e na neblina que passa rápida. Este foi o dia do grande temporal em Fevereiro de 2014. Havia árvores caídas ao longo da estrada de asfalto. Pequenos ramos a partir e a voar pelos ares. Fiz caminhos a meia-encosta. Seguramente era não só o único ciclista mas o único animal de grande porte (quer de duas, quer de quatro patas) a passear pela serra; os de duas estavam na Vila, em casa, e os de quatro abrigados num qualquer canto só por eles conhecido.

Pedalei tranquilo com os nervos à flor da pele !


(Abril 2012)
Por vezes, depois de uma bela chuvada, fica tudo calmo, a neblina começa a levantar e as cores da serra ficam nítidas e lavadas. Surgem os vales neblínicos da serra da Lousã, mas isso está noutro post AQUI.



O Verão não há-de acabar sem aqui postar outra fotografias dos dias de chuva.



2 comentários:

  1. Olá João,
    Belíssimo post, mas eu jamais me atreveria a ir para a serra com um tempo assim...
    Na foto #7, será que sou só eu que vejo ali um rosto, com 2 olhos assimétricos?
    E um pescoço?
    Assim num exercício de descobrir "formas estranhas" na água como dantes fazia (still do) com as nuvens...
    Maria

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O conforto é um conceito relativo. Costumo dizer (à laia de provocação) que procuro não ter uma vida confortável (fisicamente confortável). A maior parte das pessoas, à medida que envelhece, que progride nas carreiras etc, tenta ter uma vida assim; umas pingas de chuva e procura-se abrigo, 2 ou3 horas sem comer e dizem-se hipoglicémicas, um friozinho e lá vem o ar condicionado. Eu gosto de um sofá junto à lareira num dia frio como gosto de andar no meio da tempestade na serra (com condições para o fazer). Um dia a Maria vai à serra com mau tempo e verifica que afinal não é tão mau como diziam.
      João
      João

      Eliminar