sexta-feira, 25 de março de 2016

Aldeias de xisto - Talasnal e Casal Novo

Março 2016
(Serra da Lousã)

Uma Sexta-feira pálida, um céu branco, uma luz que dilui as cores, que não faz sombras, que faz semicerrar os olhos, sem vento. Uma Sexta-feira ligada ao sagrado para alguns mas casual e pálida para mim. As previsões dizem que a manhã de luz ténue filtrada por nuvens altas se transformaria numa tarde de chuviscos e nuvens baixas. A vontade de umas pedaladas tranquilas levou-me pela nova estrada asfaltada (um belo estradão de terra batida a meia encosta da serra que levou recentemente com uma camada de asfalto em cima quando havia alternativas mais em sintonia com o ambiente - uma espécie de um barro, como vi na Finlândia. É a velhíssima táctica das autarquias; queixas de acesso, alcatrão p'ra cima) que passa pelas aldeias de xisto do Talasnal e do Casal Novo.

Enquanto subia, o céu branco ia escurecendo para uns lados e abrindo clareiras de Sol por outro. As previsões de chuva iam cumprir-se.

Passei perto do Catarredor e do Vaqueirinho. Não parei.

Talasnal (ao fundo, no vale, a Lousã)


É, a par do Gondramaz (esta no Concelho de Miranda do Corvo), a mais "turística" das aldeias de xisto da serra da Lousã. Pode arrendar-se uma casa (para fim-de-semana, festas e outras cenas, desde as pouco radicais, passando pelas mais-ou-menos-radicais até às radicadélicas), há um restaurante  com cabrito, veado, javali (almoço apenas por encomenda) ...




Casal Novo
(as casas começam a perceber-se por entre os carvalhos)


É a aldeia que mais cedo começou a ser reabilitada, numa altura em que não era ainda moda ter uma segunda casa na serra. E, assim, as coisas foram sendo feitas com simplicidade e gosto genuíno, sem "show-off". Há anos, eram as minhas filhas umas crianças, passámos ali um fim-de-semana, na casa de uma amiga. Lembro-me que, à noite, dei uma volta pela aldeia e não encontrei ninguém, nem sequer indícios de por ali esta mais alguém. Quando cheguei à casa anunciei à família: somos os únicos a dormir aqui hoje à noite nesta aldeia da serra, não há por aqui mais ninguém. Caiu um certo silêncio que se somou ao silêncio que já por ali se instalara ao anoitecer.


A rua (se lhe podemos chamar assim) é perpendicular à cumeada,


deixando ver o vale à medida que a vamos percorrendo.


O regresso foi pelo Terreiro das Bruxas. Um percurso talvez desapropriadamente pagão para esta Sexta-feira.









4 comentários:

  1. Agora fizeste-me lembra r do fim de semana que passei em Gondramaz. Ficámos numa dessas casas e jantámos chanfana. Espetacular. A pedalada também, subir, subir, subir e mais subir e depois descer a alta velocidade com paisagens lindas de morrer. Fantástico :)

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    1. Pois é GM, as pedaladas por aqui é assim: primeiro sobe-se, depois desce-se.
      E se, pelo meio, houver chanfana em boa companhia temos o plano perfeito.

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  2. O Talasnal é fantástico! Tenho uma amiga que tinha aí uma casa ainda isso não era nada, chama-se Carla, será a amiga onde passaste o fim de semana?
    Su

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  3. Olá Su,
    era a São, professora na Secundária da Lousã.

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