7 de Dezembro de 2014
Hoje é dia do assalto ao Caramulo. Milhares de BTTistas vão subir a serra do Caramulo a partir de várias localidades no sopé da serra. Não fui. Estou do lado de cá do vale da Beira Alta, na serra da Estrela. Subi da Covilhã até à Torre. Não é um assalto, é uma dança serra acima.
O dia estava azul, o azul frio.
De casa não é preciso levar água, apanha-se logo 3 km acima na fonte do parque de merendas do Pião.
Só a partir dos 1400m de altitude se percebe que no vale há neblina. Lá em baixo não se nota.
Já mil vezes olhei para os cântaros (o gordo, o magro e o raso, onde fica a Torre), o planalto central da Estrela, e, no entanto, acho que posso olhar outras mil sem perder o entusiasmo.
Aos 1850 m, sob o covão do ferro (barragem do padre Alfredo) que abre o vale glaciar de Unhais da Serra.
Da Torre nem vale a pena falar (lixo, automóveis, centro comercial, neve "artificial" para "esquiar" ...). Nem sequer demorar mais do que um minuto. Apenas o tempo necessário para vestir um blusão contra-vento.
Na descida, o frio que transforma cada gota do suor ganho a tanto custo durante a subida num bloco de gelo é o aliado mais adrenalínico (para figura de estilo não está mal). Dito de outra maneira, o frio gela-nos até aos ossos.
É o encanto dos dos dias azuis e frios na montanha.
A água que escorre pelas pedras forma estalactites
Mais abaixo, já depois das Penhas da Saúde, à altitude em que já crescem pinheiros, a pedra do Urso. Na serra não há ursos, quer dizer há apenas este, de pedra. E, supreendentemente, a pedra do Urso não é muito conhecida.
Daqui até lá abaixo, à Covilhã, é inclinar para um lado, inclinar para o outro e fazer os 10% de inclinação média a descer em curva contra curva.