terça-feira, 27 de dezembro de 2016

As lonjuras da serra do Açôr

Dezembro, 27, 2016

O vento está de feição. De frente, como sempre. Vire-se para Norte ou para Sul, pedale-se para Este ou para Oeste, o vento está sempre de frente. É um enigma. Quem pedala nas serranias bem o sabe. As condições estão boas para velejar na bike pelas cumeadas acima dos 1000m na serra do Açôr.

Na subida, ao passar (pairar?) sobre Fajão, o Sol queimava as costas, enquanto o vento esquivo arrefecia o peito. E vi, claramente visto, nas lonjuras que já daqui se avistavam, o cume da serra da Lousã, o Trevim (à esquerda) e a serra do Caramulo, numa linha azul fina na linha do horizonte do outro lado (à direita).


Mais à frente, já com o planalto da Estrela no horizonte, dei conta que o vento me tinha levado as penas que trazia atadas ao selim. Foram-se no vento mas é para isso que servem. Uma delas deixou-ma uma gaivota nos campos de arroz do Mondego. Pedalando por ali há uns meses atrás, parei para ver como a planta do arroz. Nunca tinha vista uma planta do arroz. De súbito, uma gaivota ali pousada, provavelmente pensando que ali estaria tranquila, não contando com ninguém a agachar-se para ver o arroz, alvoroçou-se e, nas piruetas que fez para levantar vôo, largou uma pena. Trouxe a pena atada à bike e, entretanto, levei-a a subir umas serranias. Hoje, sem dar por isso, foram-se. Com o vento. E foram-se muito bem.



O Adamastor do Açôr (picoto da Cebola) em primeiro plano, cónico, imponente, dominante e lá atrás o maciço de granito da Estrela aos 2000m.


Apesar do tempo estio para Dezembro via-se alguma neve na Estrela (nota-se bem logo acima do capacete).


Estas as lonjuras para Este.
Para Sul, pedaladas depois, era assim: azuis.



No regresso, já a descer, os cones que confinam o vale da barragem de Sta. Luzia.


Um dia de céu azul, vento forte, luz intensa e ar fino a entrar pelas narinas, a arrefecer a face e a arejar o cérebro.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

O que me corre nas veias

26 de Dezembro de 2016

Estava na hora. Já não era sem tempo. Os telhados de lousa pingavam a geada derretida pelo Sol. Às vezes só meio telhado, a outra metade, ainda à sombra, estava com a camada branca da noite. A camada de geada da noite. À medida que o Sol progredia nos telhados ia empurrando a fronteira sólida-líquida ou branca da geada:negra da pedra (tecnicamente, à medida que a Terra rodava os telhados das casas terrestres iam sendo expostos ao Sol). E eu fiquei ali olhar para aquilo como se fosse a coisa mais interessante do dia.
Bem, mas o Sol já ia alto e estava na hora de me "amontar" em cima da bike e começar a pedalar em direcção aos cumes do Açôr.

Na curva da barragem de Sta. Luzia, quando a albufeira se abre à vista, vou sempre na expectativa do horizonte que dali se avista. O olhar corre sobre o espelho de água da barragem em primeiro plano e, à medida que sobe e se afasta, choca com o planalto central da Estrela. Alguma neve lá por cima ainda se mantinha apesar do Sol. Segui o perímetro da barragem. Às tantas, gerou-se um encantamento, fiquei enfeitiçado, saí da estrada e segui o som intenso da água a correr do riacho que passava por debaixo da ponte. Meti-me pelo vale transversal à linha da barragem, seguindo o riacho que ficava cada vez mais estreito. Sob a ponte era um riozinho mais ou menos calmo que alimenta a barragem de Sta. Luzia mas, para montante, à medida que que ele descia e eu subia a encosta, tornava-se mais furioso, correndo por entre pedras. Fui até onde consegui furar pela vegetação.
Até aqui




E como eu gosto destes sítios. À volta as giestas, a urze, as tojeiras que arranham as pele. No riacho as pedras esculpidas por centenas de anos de invernias, a água furiosa e o som da água que corre (e donde vem o som da água que corre? Eu tenho uma teoria que envolve quebra de ligações por ponte de hidrogénio mas isto fica para outra altura), as plantas dobradas sobre a água e o cheiro intenso, orgânico, a húmus, um húmus aquoso.



(O Henri Moore ficaria invejoso destas formas)



os brilhos e as cores na superfície ...



as sombras. As sombras?



Basta olhar e ver em cada espaço, em cada canto para onde se olha uma grande beleza. No aparente caos de cores, texturas, formas e mais não sei bem o quê, o cérebro percebe (interpreta) um equilíbrio, um balanço, como se estivesse tudo no sítio em que deve estar (o padrão que o cérebro usa resulta provavelmente de centenas de milhares de anos de evolução em que nos habitámos a ver estes padrões e que, de alguma maneira, ficaram inscritos em nós - e isto quer dizer, às tantas, que à nascença trazemos "templates" inscritos nos genes. Oh diabo, esta ideia leva-nos longe. Pronto fica para outra altura). 

Era como se o riacho me entrasse no corpo, me corresse nas veias e saísse, continuando pelo vale abaixo.


Não há muito a fazer depois de se estar num local assim a não ser continuar a pedalar em direcção aos cumes




Não cheguei aos cumes, já não tinha tempo (almoços de Natal planeados dão em ansiedades destas!), andei muito tempo a seguir o riacho mas o que é que isso importa. Cheguei aqui.





sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A subida ao Alto do Pessegueiro é um bela subida

Dezembro


Não há tempo para fazer previsões, delinear estratégias, sequer de ajeitar os glúteos no selim. Logo no início é preciso inclinarmo-nos para a frente, sobre o guiador para evitar que a roda da frente levante, tal a inclinação. Num instante, damos conta que o suor começa a pingar sobre a caruma do caminho. Olhos pregados no chão. Tivesse o chão espelhos e, não tenho muitas dúvidas, rir-nos-íamos com os esgares de esforço que seguramente exibimos. Gravar os desabafos em linguagem tabernácula seria mais fácil. Não sei em que vou a pensar nestas situações. É como se não houvesse partida. Às tantas já estamos bem alto, o vale começa a abrir e vemos as povoações que salpicam o vale. E, então, é uma festa. Como se acordássemos já lá no cimo da serra. Nem sequer vem aquela sensação "o que eu pedalei para aqui chegar". É duro mas pronto, já está.
Quer dizer, está quase. Parei. Uns segundos antes tive um pressentimento, olhei em frente e vi um veado (talvez uma fêmea ou um juvenil, é que não consegui ver grandes chifres) que atravessou o caminho uns 50 m lá à frente. Parei. Pedalei mais uns metros quase até ao sítio por onde ele tinha passado. Senti o cheiro. Provavelmente, o meu cérebro primitivo está mais desenvolvido à custa do meu córtex (de outro modo não andaria pela serra sózinho a inebriar-me com cheiro de veados).
Pareceu-me o momento ideal para comer a banana da Madeira que levava no bolso. Dentada a dentada. Bem saboreada. Nestas situações qualquer coisa, um pedaço de pão rijo, um golo de água, um pedaço de marmelada, uns figos secos ... é saboreado como uma iguaria inigualável.
Parei. Sinto-me privilegiado por estar ali.





Para o outro lado, para o lado de cima. Para o lado mais alto.






Andei por ali às voltas e "ora deixa cá ver". Elementar caro Watson: a água está ainda turva, com terra em suspensão, estavam a beber ainda há momentos atrás e devem ter-me pressentido, um deles muito jovem, acompanhado de mais um ou dois, provavelmente a mãe, sobressaltaram-se, o reboliço ficou marcado pelos cascos na lama.




Dali à floresta ao cimo do vale da ribeira da Fórnea é um pulo. Pedalo para lá pela primeira vez depois de o ter feito dezenas de vezes. Desta vez, muito antes de entrar pelo caminho sombrio, sob a árvores muito altas, senti ainda longe o aroma intenso e ácido dos cedros. Tinham andado a cortar árvores. O cheiro da madeira cortada inundava o planalto na orla da floresta. É um corte planeado e estudado, para preservação da floresta. Pois, tem que ser assim.


O chão fica limpo de arbustos altos.




ou fica como um tapete de caruma muito fina. Visto de cima, de pé,


porque se deitado no chão o tapete transforma-se


Mais à frente, bem dentro da floresta, reparei que alguns dos gigantes também fizeram parte do plano de abate. Espero que saibam o que andam a fazer.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Intervalo para respirar ou ontem no ano passado

13 de Dezembro de 2015 (sim, quinze)

14 de Dezembro de 2016. Tenho que corrigir tudo isto até ao final do dia. Não vou conseguir. Acho que vou fazer um intervalo para café. Ou antes, vou fazer um intervalo para respirar.

Onde é que andava ontem há um ano atrás?

Foi um Outono frio e húmido, lembro-me agora ao ver as fotografias das pedaladas que, na altura, tirei. E ontem, há um ano atrás, andava pela floresta a meia encosta, na curva do castanheiro dos cinco troncos, como uma mão aberta com dedos esticados em forma de cálice (ou de ninho).





segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

... podemos discutir isto mais tarde, ao café.

Dezembro 2016


... any further questions?
Já estava farto de estar sentado e, às vezes, passava-me uma aragem pela memória que trazia o aroma ácido dos cedros e a luz pálida a inundar a floresta. Acho que chegava até a abanar a cabeça para sacudir estas memórias, para me concentrar. Não me podia distrair. Centenas de pessoas à minha frente. Sim, mais alguma questão?



Ao fim de 4 dias já andava por ali em privação. Nos "coffee breaks" vinha cá para fora, para junto das árvores, para o Sol, a olhar para as colinas ao longe. Lá dentro, nos anfiteatros, durante as sessões, não soprava o vento, nem disso poderia querer saber, tinha que estar concentrado, tinha que discutir os mecanismos, os processos, fazer e responder a perguntas, mas fora, na passagem por entre os edifícios ladeada por árvores, sentia o vento de Nordeste que agitava as últimas folhas ainda nas árvores que, sob o seu efeito, silenciosamente, como que numa dança, oscilando, tombavam até ao chão. O E. também ajudava: anda comigo lá fora para eu fumar um cigarro. Havia uns muros de pedra ao Sol, sob as árvores com ramos, muitos ramos finos quase nus. Ficávamos por ali à conversa - e como eu gosto conversar com o E. das ideias que brotam da sua cabeça, coisas díspares, aparentemente sem nexo, mas que na articulação das suas palavras  parece terem sido traçadas a regra e esquadro, formando um conjunto harmonioso, como se se afastasse uma cortina para ver para lá da janela, ou como se tivesse uma pintura impressionista a meio palmo do nariz, tudo parecendo manchas caóticas e, à medida que nos afastamos, surge a imagem. Não tenho heróis mas o E. é meu mentor.




Um dia, ao pequeno-almoço, conheci a A., brasileira do Rio. Como? atravessaste os Pirinéus de bike? Sózinha? 900Km em 10 dias? E dizem que eu sou maluco! Mas isso é fantástico. Pois é, você sabe, todo o dia pela manhã vou subindo o morro. Saio às seis e às oito horas já estou de volta viu e então pego um café e vou trabalhá. Mas há floresta no Rio? Claro J., à volta é tudo morro e floresta. Deixa que eu mostro umas fotos p´ra você. Tá vendo, aqui é a floresta da Tijuca, bem no centro da cidade.
Estou convidado para ir subir os morros do Rio de bike com a A. Ela está convidada para vir atravessar o Alentejo (convite aceite quando lhe disse que passamos por herdades onde oferecem pão, queijo e vinho).

Outra sessão ... any further questions ... está na hora .. I am sorry ... temos que terminar, podemos discutir isto mais tarde, ao café.

Num ápice tudo acabou. It was a pleasure, thank you for coming, hasta la vista. Regresso a casa. O congresso acabou.

Domingo, uma semana depois de o ter feito pela última vez, pedalei serra acima. Com fúria. Que força é esta, que força é esta que trago nos braços, que força é esta que, ao contrário da canção, me põe de bem comigo e com quase todos.



A caminho de Cabeço Marigo há poças de água e lama mole e fina. Mesmo após semanas sem chuva há por ali poças água. Quando por lá passo vou na expectativa das pegadas. Um, dois, ou mais? Mãe e filho (às vezes consegue-se pela profundidade, tamanho e disposição das pegadas inferir a história). Tinha por lá passado um há pouco tempo. Deve ter dado um golinho de água e, logo depois, deve ter-se enfiado pela floresta dentro, lá ao fundo.



Eu também me enfiei pela floresta. É um caminho curto, começa sombrio, tantas as árvores de um e outro lado.




depois, vai abrindo,




abrindo,


até se começar a ver ao longe, para lá do vale, no horizonte, a serra do Caramulo. Estive lá no dia 1 de Dezembro, durante o "assalto", a olhar para aqui.


Depois é velejar por ali abaixo até casa. Dezoito Km. Nos primeiros quilómetros transido pelo frio, contraído sobre a bike. Depois, secado o suor, dobrado o cabo das tormentas, é como se fosse uma folha de árvore levada pelo vento.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Assalto ao Caramulo 2016 ou a long and winding road

1 de Dezembro de 2016

Seis e pouco da manhã e já pedalava pelas ruas da vila. Escuro ainda, o vento a arrefecer-me as faces e os dentes (não convém pedalar a sorrir quando está frio; arrefece os dentes !). Foi uma bela maneira de começar; as ruas desertas, apenas as folhas a esvoaçarem por ali sob o vento e iluminadas pelos candeeiros e eu, também por ali, às curvas a ocupar toda a estrada. E nem cães nem gatos. Dantes, ainda não há muito tempo, viam-se cães a vadiar pelas ruas e jardins. Agora não. Pouco depois encontrei-me com os dois companheiros com quem ia pedalar até ao cimo da serra do Caramulo. Com quem ia fazer o mítico "assalto ao Caramulo do dia 1 de Dezembro". Eu, que ainda levava o sorriso no rosto, dei com eles a sorrirem também. Sabíamos que a coisa ia ser danada. Tínhamos previsto que até lá seriam 65 Km mais coisa menos coisa e para aí uns 1750 m de acumulado positivo em altitude. Mais 1000 e tal para a volta.

Primeiro teríamos que atingir o rio Mondego e seguir pela margem esquerda. Apanhámo-lo 30 km depois em Penacova. O Sol tinha nascido antes de termos iniciado a descida para o rio. Belíssimo, por baixo de nuvens negras sobre a cordilheira Açôr-Lousã. Ainda me passou pela cabeça tirar uma fotografia mas iria ficar tão desiludido ao vê-la, sabia de antemão, que desisti.


O Mondego ia tranquilo (Suzanne takes you down to her place near the river ...).


Pedalámos vários km pela margem, ora em estradões e praias fluviais, ora em "single tracks" em zonas húmidas cobertas de vegetação densa e onde a roda traseira patinava nas raízes molhadas, até zonas com plantações. Perto da barragem da Raiva, onde o atravessámos, as pedras espalhavam-se por ali, pelo leito baixo do rio. Tudo muito bonito.


O tempo foi fechando. Muitos km e pedaladas depois, passados Mortágua, e guiados por GPS para nãos nos perdermos nos caminhos, já a meio da subida da serra do Caramulo, aos cerca de 500 m de altitude, parei e olhei para trás. A serranias na linha do horizonte, de onde tínhamos partido pela calada da noite sob intenso temporal e com os lobos a uivarem lá longe (bem, agora deixei-me levar um pouco pela imaginação - estava apenas vento e um friozinho, nada demais), estavam sob um céu carregado. Seria preciso voltar para lá, uma vez atingido o cume do Caramulo.



Já na cumeada da serra, começámos finalmente a encontrar outros companheiros de pedaladas. Centenas e centenas. No percurso final encontram-se os grupos que subiram a serra, partindo de diversos locais à volta, no sopé. É uma grande festa. Grupos surgem a subir os caminhos da serra por todos os pontos cardeais. É um passeio espontâneo, não organizado, sem qualquer apoio e guiado por GPS. Depois vai-se quase em pelotão, incentivando-nos mutuamente (tirando uma meia dúzia que faz daquele encontro uma corrida).
É também onde os horizontes se abrem, o ar fica mais frio e se tem a sensação de andar lá por cima. Estou sempre impaciente para chegar ali.


Já perto do cume avistam-se as formações de granito características do topo. Não sei o nome da povoação (e não aparece no google earth) mas parece um oásis no meio da rudeza à volta.


Em Malpalhão de Cima, aldeia de granito e gado e caminhos ladeados de muros de granito e grandes lages de granito a pavimentar o chão aqui e ali, o bar da aldeia enche-se de centenas de pedalantes. Poucos cabem dentro e cá fora é preciso furar pelo meio da multidão para fazer os últimos 2-3 km que falta para o cume. Para o Caramulinho (parece ali tão perto e tão pequeno mas é imponente):


Aqui em cima o vento sopra forte, o suor arrefece-nos e, por regra, a fome aperta (felizmente pessoal da zona, sabendo do "assalto" do dia 1, monta por lá umas barracas de comes e bebes e é ver a bela sandes de presunto em quase todas as mãos enluvadas num contorcionismo, tentando segurar a bike, o cantil da água ou a mine e furar pelo meio da multidão). Há um cerrar de dentes que resulta da sensação de frio à medida que o suor nos arrefece com o prazer de trincar as sandes.

Como quem crava a bandeira depois da conquista de um qualquer cume nevado (e há anos em que o cume está nevado), tira-se a fotografia da praxe.



O conta-quilómetros da bike marcava 74 km (mas tinham dito que eram sessenta e poucos !?). Era preciso fazer outros tantos de volta. Descer a serra, fazer todo o vale, atravessar o Mondego e subir para a serra da Lousã.
Vamos lá fazer contas. São quase 2, o Sol põe-se às 5:30, já vamos chegar de noite. Nem penses. agora é a descer. Em 3 h estamos lá. Mas isso dá mais de 20 à hora. Pelo meio das matas não é possível. Ora, quem é que quer saber de aritmética, vamos mas é andando.


Quando chegámos de novo ao Mondego, 8h depois de lá termos passado pela manhã, o Sol já se punha.


Ainda estive por ali uns minutos parado. Vamos, está de noite, diziam eles. Primeiro fiquei fascinado com a disposição das pedras. Achei muito bonito. Depois fiquei a pensar qual a finalidade (quebrar a força da corrente? barreira para impedir descida de barco? barreira para reter árvores e outros detritos? impedir a erosão do leito?...)



Chegámos de noite, perto das seis. Tínhamos partido de noite há 11h e tal atrás. Foram 9:20h em cima da bike a pedalar.
Tal como à partida, despedimos-nos com um sorriso.
Afinal, passou depressa, tantos os belos sítios por onde pedalámos.
Foi uma not so long and winding road