O vento das serranias, o vento que limpa a cabeça e leva as certezas que temos - uns mais que outros - tendência a acumular na mente para longe ... the answer is blowing in the wind. Yes, how many years can a mountain exist before it's washed to the sea? Um milhão? Um googolplex? The answer my friend is blowing in the wind.
As cumeadas varridas pela ventania. Esperava o quê? Depois de pedalar serra acima esperava uma aragem suave numa churrasqueira à beira-mar, espalhando o cheiro do frango assado ou das sardinhas queimadas no pico do Verão por sobre as pelezinhas queimadas dos passeantes na marginal?. As ervas e arbustos que por ali nascem, crescem e morrem numa dança maluca permanente. É o vento que as semeia. Uma semente embalada pelo vento que cai à terra, germina, origina a planta que cresce, produz sementes que, levadas pelo vento, caiem à terra, germinam, originam a planta ... porquê? The answer is blowing in the wind, my friend, the wind.
Perguntou, um dia, um professor - depois de ter estado a arengar sobre o absurdo da finalidade biológica -, curiosamente um professor de Hematologia: porque voam as aves? Na altura, o ciclista extraordinário percebeu bem a coisa e respondeu: porque não conseguem andar de bicicleta. Silêncio. Os colegas do ciclista extraordinário fitaram-no perplexos com ar grave e sério sem terem percebido a ponta de um corno. Para além do do ciclista extraordinário, o outro sorriso na sala era do professor de Hematologia. Exactamente, concluiu o professor.
Nas cumeadas o vento não é um intruso. E que raio é que um ciclista anda por ali a fazer? Sopra o vento, sopra o vento. Bbuuuuuuuuu. Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido (F: Pessoa)