Outra vez ...
a perfect day:
https://www.youtube.com/watch?v=QYEC4TZsy-Y&list=RDQYEC4TZsy-Y#t=7
Maio 2013, Serra da Lousã, sobre o vale do Coentral.
A memória das pedaladas. Foi esta a principal razão. O blog é, assim, uma espécie de dispositivo virtual de reforço sináptico.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Sir Isaac Newton e a Física Clássica
"Numa bicicleta a descer a grande velocidade se os travões são uma grande merda e não consegues curvar vais espatifar-te contra a primeira parede ou buraco que te aparecer à frente."
Esta é a formulação prática para ciclistas, sem equações matemáticas, da lei da gravidade de Newton. Nada tem a ver com a relatividade de Einstein, é apenas Física clássica.
Há sete anos... atrás, em 2008, na curva das sequóias (serra da Lousã), após uma ultrapassagem a um carro, os travões não foram eficazes. Sigo em frente, caio numa vala por onde corre a água no Inverno e embato frontalmente no fundo. O capacete cumpriu a sua função, rachando ao meio. Os óculos também, lembro-me que o pau acertou na lente esquerda, partindo os óculos que, assim, evitaram um dano ao olho. Parti apenas o nariz.
Estive ali postrado uns segundos (acho eu) e comecei a mexer-me devagar, tentando perceber se estava tudo normal. Peguei na bike empenada e fiz o resto da descida a pingar sangue com a ideia estúpida na cabeça que, nestas situações, está sempre a martelar: isto já passa.
Esta é a formulação prática para ciclistas, sem equações matemáticas, da lei da gravidade de Newton. Nada tem a ver com a relatividade de Einstein, é apenas Física clássica.
Há sete anos... atrás, em 2008, na curva das sequóias (serra da Lousã), após uma ultrapassagem a um carro, os travões não foram eficazes. Sigo em frente, caio numa vala por onde corre a água no Inverno e embato frontalmente no fundo. O capacete cumpriu a sua função, rachando ao meio. Os óculos também, lembro-me que o pau acertou na lente esquerda, partindo os óculos que, assim, evitaram um dano ao olho. Parti apenas o nariz.
Estive ali postrado uns segundos (acho eu) e comecei a mexer-me devagar, tentando perceber se estava tudo normal. Peguei na bike empenada e fiz o resto da descida a pingar sangue com a ideia estúpida na cabeça que, nestas situações, está sempre a martelar: isto já passa.
domingo, 11 de janeiro de 2015
O casaco
11 de Janeiro de 2015
A multidão à beira da estrada (claramente visível na foto acima) comenta: que casaco é aquele? É um T-Rex diz um. Isso é um dinossauro, diz outro. Mas é qualquer coisa terminado em "ex", replica o primeiro. "Ó vã cobiça, ó vaidade a que chamam tecnologia" ouve-se numa voz tonitruante e grave acima do burburinho. Todos olham para o velho que em tom bíblico proferiu estas palavras. Eu, entretanto, fui pedalando e não sei como ficou a situação mas ainda tive tempo de gritar para trás: é o Gore-Tex Alp-X 2.0 active shell jacket.
E virei à esquerda, entrando na floresta.
Uma fotografia para mostrar o casaco (preto com fecho vermelho, bolso napoleão à frente e outro bolso atrás, também com fecho)
Gore-Tex Alp-X 2.0 active shell jacket.
Nem mais, trata-se do Gore-Tex Alp-X 2.0 active shell jacket.
Podia ser o 1.0 mas não, é o 2.0. Podia ser só shell ou só active mas ... é active shell. E isto faz toda a diferença. Sem ironias, trata-se de um casaco tecnologicamente avançado.
Gore-Tex toda a gente conhece. Um polímero de teflon permeável à água no estado de vapor mas que não quebra a tensão superficial das gotas de água. Em termos práticos, o suor passa mas a chuva não. Respirável e impermeável. O suor não condensa no interior do casaco. Para além disto uma tecnologia de incorporação de fibras em três camadas finas na membrana Gore-Tex, tornando-o quente, confortável e quebra-vento. E extremamente leve.
É o 3 em 1 (na medida do possível): Respirável, impermeável e quebra-vento.
Estavam zero graus quando saí. Levei apenas uma base layer com o casaco por cima, subi a serra até Cabeço Marigo e desci muito confortável. E quem desce uma serra durante cerca de 18 km com temperaturas da ordem dos 4-6 graus, após ter feito a subida, sabe que conforto é uma utopia.
Uma das leis do Universo, a par da segunda lei da termodinâmica, é que o problema das descidas é o suor das subidas.
O preço? É melhor não falar nisso.
Quase a chegar ao planalto a 900 m de altitude e prestes a entrar na floresta.
A multidão à beira da estrada (claramente visível na foto acima) comenta: que casaco é aquele? É um T-Rex diz um. Isso é um dinossauro, diz outro. Mas é qualquer coisa terminado em "ex", replica o primeiro. "Ó vã cobiça, ó vaidade a que chamam tecnologia" ouve-se numa voz tonitruante e grave acima do burburinho. Todos olham para o velho que em tom bíblico proferiu estas palavras. Eu, entretanto, fui pedalando e não sei como ficou a situação mas ainda tive tempo de gritar para trás: é o Gore-Tex Alp-X 2.0 active shell jacket.
E virei à esquerda, entrando na floresta.
Uma fotografia para mostrar o casaco (preto com fecho vermelho, bolso napoleão à frente e outro bolso atrás, também com fecho)
Ao chegar a Cabeço Marigo surge a serra do Caramulo no horizonte
Mais um par de fotografias para mostrar o casaco
O planalto da serra do Buraco ao centro
Um pão com marmelada e vamos embora que se faz tarde. 18 km a descer e vamos ver se friozinho se instala ou se, pelo contrário, a tecnologia funciona. Funcionou.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
Troposfera
Em 5 de Outubro de 2013 pedalei para a troposfera.
Serra da Lousã
Uma descolagem lenta com fraca visibilidade que suadamente se transformou numa subida vigorosa até ao céu azul da estratosfera.
Aqui, verifiquei os pontos de referência (serra do Caramulo no horizonte OK) reabasteci com uma banana
e entrei em velocidade de cruzeiro
por tempo indeterminado.
Houston we have a problem: os raios ultra violeta estão a danificar a fuselagem, sobretudo na zona do pescoço, orelhas e couro cabeludo.
Here Houston: received you stupid, quem te mandou cortar o cabelo antes de ires para aí? Trata mas é de aferir da rota de descida no GPS.
Confirmada a descida com aterragem na Lousã e passagem pela aldeia do Gondramaz de modo a evitar a cintura de asteróides da estrada de Cacilhas e prevenir colisões potencialmente geradoras de problemas (desde que arranjaram a estrada jipes e carrinhas orbitam por ali em rotas caóticas).
Houston, preparing to land, I´m about to enter the clouds, loose contact in 12 seconds ... 11, 10, 9 ... 5 ...
Serra da Lousã
Uma descolagem lenta com fraca visibilidade que suadamente se transformou numa subida vigorosa até ao céu azul da estratosfera.
Aqui, verifiquei os pontos de referência (serra do Caramulo no horizonte OK) reabasteci com uma banana
e entrei em velocidade de cruzeiro
por tempo indeterminado.
Houston we have a problem: os raios ultra violeta estão a danificar a fuselagem, sobretudo na zona do pescoço, orelhas e couro cabeludo.
Here Houston: received you stupid, quem te mandou cortar o cabelo antes de ires para aí? Trata mas é de aferir da rota de descida no GPS.
Confirmada a descida com aterragem na Lousã e passagem pela aldeia do Gondramaz de modo a evitar a cintura de asteróides da estrada de Cacilhas e prevenir colisões potencialmente geradoras de problemas (desde que arranjaram a estrada jipes e carrinhas orbitam por ali em rotas caóticas).
Houston, preparing to land, I´m about to enter the clouds, loose contact in 12 seconds ... 11, 10, 9 ... 5 ...
sábado, 3 de janeiro de 2015
As primeiras de 2015
As primeira pedaladas de 2015, dia 3 Sábado azul e zero graus centígrados.
Saída da Lousã e subida da serra por Vale Nogueira. Encosta Norte. Um Sol brilhante,a começar a espreitar por detrás da serra, céu azul límpido, geada nas zonas à sombra, nas folhas e no caminho, zero graus centígrados, o friozinho a meter-se por todo o corpo, tudo calmo, ninguém se vê e não se ouvem ruídos, nem cães a ladrar.
O primeiro encontro imediato do terceiro grau foi com este espécimen. Olhou para a câmara, posou durante 1 segundo (vá lá, já está?)
e voltou à sua vida; encher a pança de erva
Planalto do Pessegueiro e marco geodésico. Gosto muito deste local, um prado em altitude (cerca de 700 m) onde, noutras voltas, vi várias vezes veados a pastar
Mais acima a floresta é exuberante
Entro na zona densa de Abetos que fecham o caminho numa abóbada e dou a volta para descer pelo terreiro das Bruxas, passando aos 800m por um carvalhal que filtra o Sol, vislumbrando-se o vale cá em baixo.
Pedalar dois a três km em plano no carvalhal, vestir o corta-vento, puxar o lenço para o nariz e embalar pela estrada das Hortas abaixo a velocidades que dependem do estado de espírito e do gelo no chão, passando pelo Terreiro das Bruxas, até à Lousã.
Saída da Lousã e subida da serra por Vale Nogueira. Encosta Norte. Um Sol brilhante,a começar a espreitar por detrás da serra, céu azul límpido, geada nas zonas à sombra, nas folhas e no caminho, zero graus centígrados, o friozinho a meter-se por todo o corpo, tudo calmo, ninguém se vê e não se ouvem ruídos, nem cães a ladrar.
O primeiro encontro imediato do terceiro grau foi com este espécimen. Olhou para a câmara, posou durante 1 segundo (vá lá, já está?)
e voltou à sua vida; encher a pança de erva
Planalto do Pessegueiro e marco geodésico. Gosto muito deste local, um prado em altitude (cerca de 700 m) onde, noutras voltas, vi várias vezes veados a pastar
Mais acima a floresta é exuberante
Entro na zona densa de Abetos que fecham o caminho numa abóbada e dou a volta para descer pelo terreiro das Bruxas, passando aos 800m por um carvalhal que filtra o Sol, vislumbrando-se o vale cá em baixo.
Pedalar dois a três km em plano no carvalhal, vestir o corta-vento, puxar o lenço para o nariz e embalar pela estrada das Hortas abaixo a velocidades que dependem do estado de espírito e do gelo no chão, passando pelo Terreiro das Bruxas, até à Lousã.
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