Abril 2019
E depois da NASA ter publicado a primeira fotografia do horizonte de acontecimentos de um buraco negro; porque o buraco não se vê, apenas se vê a total ausência de tudo, de absolutamente tudo. O horizonte de acontecimentos, aliás, deve ser o local mais remoto do Universo, o local onde se pode sentir a a maior solidão. Estar ali, à beira de cair no poço sem fundo do espaço-tempo. Mas, dizia, depois de se ter publicado esta fascinante fotografia do Universo, apeteceu-me publicar aqui também uma fotografia do Universo mas de uma parte que, ao contrário dos 50 milhões de anos-luz a que está o buraco negro, está à nossa porta, à beira do nosso olhar, aqui mais à mão.
A Estrela (planalto central e Torre) e o Açor (visíveis os 3 picos: Colcurinho, S. Pedro do Açor e Picoto da Cebola) no horizonte e, em primeiro plano, o vale a Norte da Cordilheira (parte da Beira-Alta).
É pouco provável que os buracos negros tenham neblinas que, sob o efeito da radiação electromagnética, se elevem em danças caóticas sob fundo azul, ligando neuróticos no nosso cérebro que nos deixam extasiados e com a pele arrepiada. O êxtase nos buracos negros é mais conceptual: a ideia do buraco, da curvatura extraordinária no espaço-tempo, é fascinante e pode também deixar-nos com a pele arrepiada. Ambas as visões são belas. Na Terra, a percepção da beleza é talvez uma característica apenas nossa, do Homo sapiens (acho que a minha cadela tem afecto por mim mas, muito provavelmente, não me acha belo).
Olá João,
ResponderEliminarAgrada-me muito este bocadinho de Universo aqui à nossa beira.
Talvez por ser azul; talvez por esta fotografia parecer uma pintura, não sei...
Ainda bem que a Dreamer não sabe ler, that's all I can say ;)
Maria
Olá Maria,
Eliminarcuriosa a sua observação: a fotografia parecer uma pintura. Agora ao olhar, de facto, a cordilheira do Açor, a Estrela e o céu parecem umas pinceladas de aguarela.
Estava também a pensar no que escrevi no post e tive um sobressalto porque uma ideia assaltou-me o espírito: acho que conheço pessoas que são desprovidas da capacidade de experimentar a beleza. Ou, então, exprimem tal impressão de uma maneira estranha.
João
Olá João,
ResponderEliminarTambém conheço pessoas assim e, curiosamente, até me olham de uma maneira algo estranha quando me ponho a arengar (gosto desta palavra!) sobre a beleza da natureza, e não só.
Feitios...
:)
Maria