pelo estradão do lado de Cacilhas que atravessa parte do belo souto, nesta altura com os carvalhos e os castanheiros com os ramos nus.
A GoPro vai presa ao capacete e é uma grande angular; apanha p'raí um ângulo de 140 graus e, portanto, deforma um pouco a paisagem (a imagem, sobretudo ao centro, fica mais afastada do que na realidade está e as extremidades surgem arredondadas, como que em meia-lua). Na realidade, a olho nu, não conseguimos ver focado todo o ângulo que a GoPro regista. Na realidade, a olho nu, a sensação é a de que tudo está mais próximo. Na realidade, a olho nu, conseguimos também ver de modo mais gradual as variações de luz, as gradações entre claro e escuro que a GoPro não regista.
Mas fica o flavour.
Fiz o registo de quase toda a descida (cerca de 40 minutos). Estes são apenas 12 min de parte da descida entre os 850 e os 600 m de altitude, aproximadamente. A primeira part em mad rush para depois, mais lentamente (onde parece plano por vezes é a subir - ah pois é que para descer às vezes é preciso subir), navegar através do souto, perscrutando o horizonte que se adivinha para lá das árvores. Mas serão 12 minutos irreversíveis. Os incautos que, como eu, vejam o videozinho de fio a pavio terão usado 12 minutos da sua vida que não poderão reaver nem utilizar em qualquer outra actividade. Lost. Definitivamente lost. Em todo o caso, talvez o videozinho faça soprar um brisa fria na mente, refrescando os neurónios, abrindo a imaginação e a curiosidade para paisagens e aromas novos.
E talvez 13 min de Philip Glass, Mad Rush, ajudem (e, por outro lado, abafam alguns impropérios que, inadvertidamente, vou soltando da boca p'ra fora face a pequenos contratempos).
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