terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Mad rush serra abaixo para depois entrar em águas mais calmas

pelo estradão do lado de Cacilhas que atravessa parte do belo souto, nesta altura com os carvalhos e os castanheiros com os ramos nus.
A GoPro vai presa ao capacete e é uma grande angular; apanha p'raí um ângulo de 140 graus e, portanto, deforma um pouco a paisagem (a imagem, sobretudo ao centro, fica mais afastada do que na realidade está e as extremidades surgem arredondadas, como que em meia-lua). Na realidade, a olho nu, não conseguimos ver focado todo o ângulo que a GoPro regista. Na realidade, a olho nu, a sensação é a de que tudo está mais próximo. Na realidade, a olho nu, conseguimos também ver de modo mais gradual as variações de luz, as gradações entre claro e escuro que a GoPro não regista.
Mas fica o flavour.

Fiz o registo de quase toda a descida (cerca de 40 minutos). Estes são apenas 12 min de parte da descida entre os 850 e os 600 m de altitude, aproximadamente. A primeira part em mad rush para depois, mais lentamente (onde parece plano por vezes é a subir - ah pois é que para descer às vezes é preciso subir), navegar através do souto, perscrutando o horizonte que se adivinha para lá das árvores. Mas serão 12 minutos irreversíveis. Os incautos que, como eu, vejam o videozinho de fio a pavio terão usado 12 minutos da sua vida que não poderão reaver nem utilizar em qualquer outra actividade. Lost. Definitivamente lost. Em todo o caso, talvez o videozinho faça soprar um brisa fria na mente, refrescando os neurónios, abrindo a imaginação e a curiosidade para paisagens e aromas novos.


E  talvez 13 min de Philip Glass, Mad Rush, ajudem (e, por outro lado, abafam alguns impropérios que, inadvertidamente, vou soltando da boca p'ra fora face a pequenos contratempos).


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