sábado, 5 de dezembro de 2020

Soutos brancos, depois de semanas exuberantes nas cores do Outono

4 Dezembro 2020

Desta vez a neve cobriu os soutos e os carvalhais aos 700-800 m de altitude. Desconfinou-se. Por regra, noutros anos, pega a valer apenas acima dos 900-1000m.

As cores das paisagens do post anterior mudaram da tarde para a manhã.

Da tarde


Para a manhã

 


Os ramos verdes dos cedros que contrastavam com os amarelos, laranjas, vermelhos ... dos carvalhos e dos castanheiros são, agora, aqui e ali, a cor predominante em cima do branco.

 


O ambiente Outonal de cores quentes mudou. Hoje predominam contrastes frios, preto branco


Um pouco mais acima, aos 900 m, a neve nos troncos revela o que se passou durante a noite: uma tempestade de neve puxada a vento forte, assolando o planalto central da serra.

 


 

Mais 100 m em altitude. Frio intenso e fino, neblina gelada, aquela sensação, que bem conheço, de estar dentro da paisagem; não há tempo nem a percepção da contemplação (bem, quase que não há), a urgência de nos mantermos activos, em esforço, tentando aquecer, domina todas as outras sensações.



 

Nos caminhos da floresta de cedros acima dos 1000m onde, no Verão, sob Sol intenso, é um prazer pedalar, enebriado com os aromas cédricos que perfumam o ar, respira-se ar frio e húmido.


 




Onde no Verão procuro a sombra, agora gelo os ossos (e quando o frio chega aos ossos as partes mais moles estão já uma desgraça).



A fonte de água fresca onde, no Verão, tantas vezes já me saciei, jorra a mesma água fresca.

 

E depois há o silêncio.





 

E eles, os nossos primos de 4 patas e belos pares de cornos, andam por aí. Não se vêem, mas eles andam por aí. E, provavelmente, usam os mesmos caminhos.





 

9 comentários:

  1. Olá João,

    Tudo tão bonito, é como entrar num reino maravilhoso, não é?
    Claro que há o frio, mas vale a pena: look at those photos!

    Boa noite!
    🌜
    Maria

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    1. Olá Maria,
      sim, há a sensação de entrar num outro lugar. Outro porque conheço bem todos aqueles caminhos. Mas a serra transforma-se. Passo mil vezes nos mesmos sítios e é como se fosse a primeira vez. Acho que, para além dos aspectos físicos da paisagem que muda com as estações do ano, a temperatura e a luz (e estes podem mudar em minutos) trazem a sensação da novidade.
      João

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  2. Que manhã fabulosa!
    (o gato aurélio congratula-se pelo ainda apuradissimo olfato ;-) )

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    1. .. só para acrescentar que a neve surgiu logo após o Candal. Não é vulgar "pegar" tão em baixo.

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  3. Olá Gato Aurélio,
    O apuradíssimo olfacto que lhe permitiu prever que os carvalhais aos 800m estariam cobertos de branco. Acertou em cheio.
    João

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  4. Mas isto é mesmo a serra da Lousã? Custa a acreditar...
    Mas que linda, maravilhosa mesmo...tenho saudades.
    ~CC~

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    1. Olá CC
      Yup! é a serra da Lousã!
      A sexta fotografia a contar do fim mostra um sítio conhecido: a fonte junto à casa do guarda florestal, perto de uma curva na EN236, no planalto da serra, um pouco antes do inicio da descida para Castanheira de Pêra. O local chama-se Porto Espinho.
      Reconhece?
      Desta até ao final as fotografias foram feitas na floresta de cedros que se estende pela encosta acima, logo após a casa do guarda.
      João

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  5. Oh! Tão mas tão bonito. Uma enorme falha minha. Tanta viagem que já fiz e nunca pedalei na neve... Obg pela partilha João

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    1. Olá GM,
      Ainda vais pedalar, seguramente. Pedalar pelos bosques brancos é uma bela de uma viagem (se com equipamento adequado). Uma sugestão: por regra, no Inverno, o planalto da serra da Estrela sobranceiro ao vale Glaciar do Zêzere (o do lado direito) está nevado e tem uns caminhos de terra que levam ao poço do Inferno e aos bosques de carvalhos e castanheiros na encosta sobre Manteigas. Do centro de limpeza de neve desces em direcção a Manteigas pela estrada e, uns 2 km mais à frente, ainda antes do Covão da Ametade, verás um estradão de terra à direita numa curva fechada. É por aí.
      João

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