Setembro 2020
Setembro, mais para finais de Setembro, é a altura da brama dos veados. Ao amanhecer e ao anoitecer os veados bramam, chamando pela fêmeas. Lutam para a constituição do harém. A luz do Sol governa os ciclos circadianos e os relógios moleculares no nosso organismo. O deles também e é pela manhã e ao fim do dia que os sons cavos ecoam pelos desfiladeiros e vales fechados da serra. As manhãs neblínicas e os anoiteceres dourados têm um efeito potenciador na brama. Ouvir no silêncio imposto pela neblina o eco da brama é uma experiência que arrepia a pele.
Foi no dia em que a chuva chegou à serra, depois da temporada quente e seca, que os ouvi. A expectativa dos aromas da terra e da urze molhadas, do brilho húmido das folhas das árvores ... impelem-me a pedalar serra acima. Era já o fim do dia e então, sem esperar, o eco da brama encheu o vale da ribeira de S. João.
Parei e comi a laranja que levava no bolso. Olhei à volta e disparei o telemóvel ao acaso:
Leitos a humedecer ainda à espera de das tempestades que hão-de fazer correr a água em fúria
faz uma curva fechada à direita que leva à encosta Sul do vale da ribeira de S. João. A estrada serpenteia serra acima cerca de 1 km. Após a curva há outra "instalação" à beira da estrada:
Parando o carro por ali, umas curvas mais acima, ao fim do dia, é muito provável ouvir a brama vinda da encosta oposta (sei que por ali há um harém). O silêncio cortado de tempos a tempos pelo eco do chamamento dos veados. Fim de Setembro e metade de Outubro é a altura da brama.
Que bonito!
ResponderEliminar~CC~
-CC-
ResponderEliminarObrigado pelo comentário. Agora é aproveitar a dica e vir ouvir a brama ! Depois seguir mais uns km até encontrar o souto onde disparei o tlm.
João