Videozinho feito há cerca de 2 meses. Nessa altura, a Terra mantinha o movimento de translação e o SARS-Cov-2 encontrava-se remotamente concentrado em nichos, no organismo de uma comunidade de morcegos, ou coisa parecida, o Sol nascia todos os dias, e por falar em dias estes iam chuvosos, o céu sobre a serra registava os rastos brancos do vapor de água dos aviões, alguns de entre os milhares que, em simultâneo, se cruzavam sobre a Europa, os riachos corriam, o encontro com amigos pedaleiros era festejado com abraços, as bichas nos supermercados e noutros lugares deixavam-me à beira de um ataque de nervos ...
Escrevi estes lugares-comuns como introdução ao videozinho. Porque, no fundo, a ideia é apenas colocar aqui um videozinho sobre um riacho. Mas pensei que deveria escrever qualquer coisa.
E, já agora, convém deixar claro que o videozinho não mostra os organismos microscópicos que por ali habitam a Terra junto ao riacho, o mesmo planeta que nós habitamos; vírus, bactérias, fungos microscópicos ... e cujos ecossistemas perturbados têm consequências imprevisíveis.
O Renè Thom (o matemático da Teoria das Catástrofes) escreveu um livro há muitos anos (e não me lembro bem se o diz explicitamente ou se fui eu que tirei umas pelas outras) onde defende que grandes transformações e saltos evolutivos/qualitativos na Biologia e na sociedade ocorrem nas bifurcações que as catástrofes abrem; ou vamos por um lado ou pelo outro, irreversivelmente. Tenho-me lembrado muito desta teoria ultimamente. Tenho-a até vertido em mensagens e emails a amigos.
A introdução já vai longa. Let´s look at the trailer:
A introdução poderia ter sido mais longa, João, teria sido lida com a atenção do costume. Quanto ao riacho, já sabe que tem outra fã aqui em casa que adora ouVer os seus riachos e ribeiras a correr: recordam-lhe a infância junto ao Ocreza...
ResponderEliminarBy the way, para quando a teoria do som da água a correr?
Caminhos que se bifurcam? Agora deu-me vontade de ir ler o Borges...
Tudo de bom por aí :)
🌻
Maria
Adenda:
EliminarE fui ler "O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam" (está no livro Ficções).
É sempre muito bom ler Borges, para sair da letargia, para pôr a carola a pensar, para tentar perceber "mas o que é que o gajo quer dizer com isto?".
E descobre-se sempre qualquer coisa de novo, qualquer coisa em que não tínhamos reparado anteriormente ou de que já não nos lembrávamos...
Que pena tenho, João, de não poder ir àquele Café em Buenos Aires.
Dia saudável, João.
🌻
Maria
Olá Maria,
Eliminarem grande parte, penso eu de que (!), a nossa vida é feita de bifurcações e as escolhas que fazemos não são (ao contrário do que muitos gostam de pensar) conscientes; às vezes é um perfume ou um olhar, uma folha ao vento que nos faz ir por ali e não pelo outro lado.
...o som da agua a correr é o que me faz mais saudades :-)
ResponderEliminarEntão e a história dos gatos e da água e como eles dela fogem que nem diabo da cruz e etc ...?
ResponderEliminarAfinal há gatos que gostam da água ;)
Também eu gosto muito do som da água a correr. Tenho por ai mais uns videozinhos com ribeiras e outros que hei-de ainda aqui postar.
João
...só quando escaldados... ;-)
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